Antecessor de Marcelo Calero no ministério da Cultura, durante o
governo Dilma Rousseff, Juca Ferreira declarou, em entrevista à TV 247, que o
escândalo que culminou na demissão de Geddel Vieira Lima revela a natureza do
governo de Michel Temer; "É a primeira revelação das entranhas, eu diria
podres, do atual governo", diz; o ex-ministro acrescenta um fato novo na
demissão do seu sucessor no MinC; "O Geddel destratou o Calero, não sei
dizer se publicamente, até pela condição dele de homossexual. O Geddel é
claramente homofóbico. Aí ele [Calero] viu que a narrativa que estava sendo
criada apontava que o erro era dele, então ele usou isso a favor dele";
assista à entrevista na íntegra
19 DE DEZEMBRO
DE 2016
Antecessor de
Marcelo Calero no ministério da Cultura, durante o governo Dilma Rousseff, Juca
Ferreira afirmou, na entrevista que concedeu à TV247, que o escândalo que
culminou na demissão de Geddel Vieira Lima revela a natureza do governo de
Michel Temer. "É a primeira revelação das entranhas, eu diria podres, do
atual governo", diz.
Ao passar pela
origem do episódio, cujo final foi a revelação de que Geddel pressionou Calero
a agir pela liberação de uma obra embargada no centro histórico de Salvador,
onde ele tem um imóvel de mais de R$ 2 milhões, Juca Ferreira relembra que o
Iphan da Bahia, que deu parecer favorável à obra, vinha tendo as decisões
bastante questionadas no Estado, e que por isso decidiu investigar.
"Criei
uma comissão em meu gabinete para investigar as decisões do Iphan da Bahia que
vinham sendo criticadas por arquitetos, por vários grupos de defesa da cidade,
moradores do Pelourinho, da Barra", relata. "Era uma quantidade
enorme [de questionamentos], dava indício de que existia de fato alguma coisa
merecedora daqueles protestos", afirma.
A decisão do
Iphan estadual em prol do espigão onde Geddel tinha um apartamento acabou sendo
suspensa pelo Iphan nacional. "Depois descobrimos que havia imagens
falsificadas no relatório que autorizava a construção", revela. "Eu
não sabia quem estava por detrás dos interesses. Tomamos a decisão de demitir o
superintendente do Iphan na Bahia", acrescenta.
No governo
Temer, quando Marcelo Calero assume o ministério da Cultura, quem vai para o
Iphan da Bahia "é o cara que assinou o relatório sobre o prédio", diz
Ferreira. "Aí depois ficamos sabendo que quem estava por trás era o
Geddel", conclui.
Em uma análise
sobre a atitude de Calero, que denunciou o caso à imprensa e disse publicamente
ter pedido demissão por ter sido pressionado por Geddel pra liberar a obra, e
ainda por Michel Temer e pelo ministro Eliseu Padilha, Juca Ferreira disse que
não faria o mesmo. "A deslealdade como um instrumento de trabalho, como
recurso, sempre é degradante. O meio compromete o fim", opina.
Ferreira
acrescenta um fato novo ao episódio. Segundo ele, ao contrário do que foi
noticiado, Calero não pediu demissão do governo. Ele já teria sido demitido, e
quando percebeu que sairia desgastado, tornou pública sua versão – inclusive na
Polícia Federal – incriminando Geddel e o presidente. "Ele já estava
demitido. O Geddel destratou o Calero, não sei dizer se publicamente, até pela
condição dele de homossexual. O Geddel é claramente homofóbico. Aí ele (Calero)
viu que a narrativa que estava sendo criada apontava que o erro era dele, então
ele usou isso a favor dele".
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