Por: Joaquim
de Carvalho
1º DE DEZEMBRO
DE 2017
O depoimento
do advogado Rodrigo Tacla Durán à CPMI da J&F durou três horas e 54
minutos, entre a manhã e o início da tarde de hoje. Durante pelo menos quatro
horas, seu nome foi um dos assuntos mais comentados do Twitter, segundo o
ranking da rede social. Mas, para quem acompanha o noticiário nacional pela
velha mídia, é como se esse depoimento não tivesse existido.
Tacla Durán prestou
serviços a duas empreiteiras investigadas pela Lava Jato, a UTC e a Odebrecht,
mas não houve veículo da grande imprensa interessado em registrar o que ele
disse. Por quê? Porque Tacla Durán nada contra a corrente e contesta a
narrativa predominante de que Sergio Moro e os procuradores da república da
Lava Jato são heróis, na batalha contra a corrupção.
Dar-lhe voz é
contribuir para destruir mitos e, com isso, desmascarar a farsa da operação,
que até aqui produziu como resultado mais expressivo o golpe contra a
presidente Dilma Rousseff.
O que disse
Durán que merece ser aprofundado:
1 – Ele não
fez acordo de delação premiada, mesmo nas condições favoráveis que lhe teriam
sido oferecidas por um amigo de Sergio Moro, o advogado Carlos Zucolotto, por
considerar que estava sendo extorquido.
Observação:
Pode ser mentira de Tacla Durán, mas ignorá-lo não vai esclarecer o caso. Durán
apresenta como prova imagem das conversas com Zucolotto através do aplicativo
Wickr – que apaga as mensagens depois de seis dias. Durán fez print screen da
tela do celular. As imagens das conversas foram analisadas por um perito da
Espanha e, segundo Durán, o laudo concluiu que não houve adulteração.
Durán
encaminhou o laudo do perito, bem como a cópia das conversas, num anexo de 45
páginas, precedidas por um ofício (veja no final do texto do texto). Pelas
conversas, não fica dúvida: Zucolotto tentou vender facilidade.
Pelas
conversas, o interlocutor que seria Zucolotto diz que estava negociando o
acordo com DD – é possível que seja Deltan Dallagnol. Mas Tacla Durán não quis
dizer de quem eram as iniciais e sugeriu que o amigo de Moro esclareça.
Depois que
Dallagnol assumiu a compra de imóveis do Minha Casa, Minha Vida, para
especular, atravessando famílias que necessitam de apartamentos a preços mais
baixos, uma coisa é certa: Dallagnol faz negócios.
Só para registrar:
a compra de imóveis do Minha, Minha Vida, ainda que por pessoas que recebam
supersalários (caso de Dallagnol), é legal. E Zucolotto também podia estar
usando o nome de DD sem conhecimento deste.
Tacla Durán
tem ainda a favor da sua narrativa um antecedente: Zucolotto foi correspondente
de seu escritório em Curitiba, conforme documentação apresentada à Receita
Federal, quando ele foi investigado, entre 2014 e 2016, sob a suspeita de crime
contra a ordem tributária — simular atividade profissional para não recolher
imposto.
O juiz Sergio
Moro teve um comportamento estranho diante da acusação contra Zucolotto. Embora
não fosse acusado de nada, saiu em defesa do amigo, em nota oficial, em que
existe pelo uma informação que não é verdadeira: ao contrário do que disse
Moro, Zucolotto teve, sim, atuação na área criminal, no caso em que Moro
processou o advogado Roberto Bertholdo por calúnia, injúria e difamação, há
cerca de dez aos, por ter sido acusado de favorecer réus e aceitar provas
ilícitas, em acordos de colaboração da época.
O que fazer:
Zucolotto teria que ser ouvido pela CPMI para dar explicações. Tacla Durán o
acusa de vender facilidade em delação premiada. É uma acusação grave e precisa
ser esclarecida. Depois que a jornalista Mônica Bergamo noticiou que a acusação
contra Zucolotto constava no livro que Durán começou a escrever, o amigo de
Moro fez alterações em seu facebook, e apagou imagens em que ele aparecia com o
juiz. A imagem que circula na internet, com Zucolotto atrás de Moro, num show
do Skank, foi copiada antes que ele a deletasse. A CPMI também tem poderes para
quebrar os sigilos bancários, telefônicos e de comunicações digitais de
Zucolotto. Com isso, será possível saber de sua relação com os integrantes da
Lava Jato. Segundo Durán, ele teria dito que precisava receber honorários por
fora para pagar quem o estava ajudando no acordo de delação.
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DCM
1 comentários:
A MULHER DO JUIZ SERGIO MORO FOI ONTEM 30/11/2017, EM BRASILIA TROCAR UM CHEQUE DE 5 MILHÕES DE REAIS COM OS POLITICOS DO PSDB,.E ACREDITEM NÃO FOI PREZA, AONDE ESTAMOS NOS COM TANTOS CRIMES, E ROUBOS E AGORA CLARAMENTE A JUSTIÇA FAZENDO PARTE DESSES ESCÂNDALOS.
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