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Bozó perde cotação: saída de Carla Vilhena da Globo mostra que a emissora está em baixa


No último ano, a Globo perdeu Carla Vilhena, Flávia Freire, Evaristo Costa e Mara Luquet 


Postado em 14 de janeiro de 2018

Segundo a jornalista Cristina Padiglione, na Folha, a saída de Carla Vilhena da Globo, e não exatamente para trabalhar na concorrência, aponta que vai ficando para trás o tempo em que jogar no time da emissora parecia o ápice do sucesso de um profissional no Brasil.

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No caso dos jornalistas, assim como de atores, diretores e roteiristas, a TV dos Marinhos sempre foi muito reverenciada. Dona das maiores verbas de publicidade e dos maiores investimentos tecnológicos e humanos, ainda hoje pauta o que se faz fora de sua tela, de outros canais de TV à internet e cinema.


Mas estar em sua folha de pagamentos simplesmente por estar é cada vez menos relevante.

Carla vinha sendo subaproveitada pela Globo. Ostentar o crachá, como fazia o Bozó, só para apresentar o “Jornal Nacional” uma vez por mês, já não parece digno para quem tem vontade de mostrar serviço. Carla chegou à Globo em 1997, vinda da Band, onde conheceu seu ex-marido, Chico Pinheiro. Foi apresentadora de telejornais locais (“SP-Já” e “Bom Dia São Paulo”), esteve na apresentação e na reportagem do “Fantástico”, mas foi perdendo espaço na casa.

Nesse contexto, com a experiência acumulada e uma beleza estética que toda tela aprecia, por que ficar aguardando pela escala de plantonista? Já titular de um blog de estilo, ela se despediu dos colegas nesta sexta, 12, com uma mensagem de adeus e obrigada.

Convém observar que atores bem cotados que deixaram a Globo por salários melhores na concorrência voltaram à emissora após algum período na Record ou no SBT. Autores que deixaram a emissora pelo mesmo motivo também retornaram. Mas o mesmo não costuma ocorrer com a turma do jornalismo, que parece encontrar um mundo muito sustentável para os seus projetos e conta bancária fora do reino dos Marinhos, sem necessidade de fazer a linha do filho pródigo.

(…)

No último ano, a Globo perdeu Vilhena, Flávia Freire (que constituiu família, como se diz, e foi morar em Portugal), Evaristo Costa (que se mudou para Londres e passou a ganhar na publicidade mais do que faturava na bancada do “Jornal Hoje”) e Mara Luquet (que passou a se dedicar ao seu portal e consultoria, com clientela que antes poderia configurar conflito com a função de comentarista econômica).

Jornalistas em geral têm sido levados a descobrir e se descobrir em um novo cenário mundial, onde o impresso perde bilheteria, mas ainda não a importância que pauta a web, que por sua vez ainda não conquistou da publicidade o peso que tem demonstrado em bilheteria.


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