O estrago econômico causado pelo governo Michel Temer fez o número de calouros nas universidades privadas cair 5% no primeiro semestre; é o que aponta um levantamento feito pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp) com 99 instituições do país; ou seja: 80 mil alunos deixaram de ingressar no ensino superior particular, em cursos presenciais, neste ano; golpe segue deixando o povo com a corda no pescoço
24 DE JULHO DE
2018
O estrago
econômico causado pelo governo Michel Temer fez o número de calouros nas universidades
privadas cair 5% no primeiro semestre do ano. É o que aponta um levantamento
feito pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp) com 99
instituições do país. Ou seja: 80 mil alunos deixaram de ingressar no ensino
superior particular, em cursos presenciais, neste ano. Apenas nos estados do
Rio de Janeiro, do Espírito Santo e de Minas Gerais a diminuição da quantidade
de matrículas de calouros alcançou 25,7%.
Uma notícia
nada animadora é que a reversão das evasões não deve acontecer em 2019. Além do
baixo crescimento da economia, a lentidão na criação de novas vagas de trabalho
e a redução dos programas de financiamento estudantil, como o Fundo de
Financiamento Estudantil (Fies), do governo federal, deixam o cenário preocupante.
"O
desemprego, tanto do próprio estudante quanto de um membro da família, e a
perda de renda estão fazendo com que os jovens posterguem a entrada no ensino
superior", diz Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, em
entrevista ao jornal O Globo.
Em 2014, o
número de calouros que ingressaram nas faculdades pagas foi de 1,88 milhão.
Neste ano ficou em 1,5 milhão. "A base de alunos já matriculados não
cedeu, já que cerca de 2 milhões de estudantes ainda têm ajuda do Fies. Além
disso, as faculdades fizeram uma verdadeira tática de guerrilha para manter os
alunos com descontos e promoções", acrescenta Capelato.
Os retrocessos
sociais tendem a se aprofundar com a PEC do Teto dos Gastos, que congela os
investimentos públicos por 20 anos. De acordo com a proposta, promulgada pelo
Congresso Nacional em dezembro de 2016, o investimento de um ano deve ficar
limitado ao do ano anterior - somente corrigido pela inflação.
O fato é que
os direitos sociais não são uma preocupação para o atual governo. Inclusive, o
documento "A Ponte para o Futuro", lançado pelo MDB em 2015 e que é a
base para a gestão atual, afirma que "o Brasil gasta muito com políticas
públicas com resultados piores do que a maioria dos países relevantes.
Em nota, o
Ministério da Educação informou que a redução do Fies teve como objetivo
garantir a sustentabilidade do programa. De acordo com a pasta, a inadimplência
atingiu cerca de 50% com as regras anteriores o programa. Segundo o texto, caso
o Fies se mantivesse como concebido e projetado, "ele se tornaria
insustentável, com o Tesouro Nacional e o governo federal sem condição de
mantê-lo, o que provocaria o fim da política".
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