Reuters | ABr
Gustavo Conde
é linguista, colunista do 247 e apresentador do Programa Pocket Show da
Resistência Democrática pela TV 247.
15 de Janeiro
de 2019
É realmente um
grande murro na fuça da intelectualidade antipetista reprimida brasileira essa
ideia de o governo "liberar até quatro armas" por pessoa no país.
Quatro armas
por pessoa.
Eu destaco a
intelectualidade antipetista reprimida brasileira, porque eles ficaram todos
massacrando o PT - mesmo depois de ele ter 'saído' do governo e mesmo depois de
ele voltar a fazer um segundo turno nas eleições majoritárias -, enquanto o
bolsonarismo nadava de braçada no ódio e no efeito manada de linchamento tão caro
às sociedades fundamentalistas atrasadas.
Quatro armas
por pessoa.
Agora, eles
vão ver morrer muitos amigos jovens, muitos parentes, muitos
"conhecidos" por acidentes com armas de fogo. E periga de eles
colocarem a culpa no PT mais uma vez.
Quatro armas
por pessoa.
É por isso que
eu defendo o PT com todo meu ímpeto e desejo, sempre, sem um fiapo de dúvida.
Muito petista até estranha. "Nossa, porque você defende tanto o PT?".
Quatro armas
por pessoa.
É simples. É
porque eu defendo a vida, meu caro. Eu não defendo a morte. O PT é a nosso
maior patrimônio de civilização e eu quero ver quem vai me impedir de dizer
isso.
Quatro armas
por pessoa.
Eu insisto, eu
reafirmo, eu não tenho um pingo de medo de críticas nem de conselhos da própria
militância que muitas vezes recua diante do assédio boçal da elite 'transversa'
brasileira, transmutada no mais grotesco fascismo assassino contemporâneo.
Quatro armas
por pessoa.
Contabilizem
esse número, Pablo Ortellado, Fernando Henrique, Merval Pereira, Janio de Freitas
(que ataca o bolsonarismo, mas que jamais na vida teve a capacidade de defender
o PT claramente uma única vez), Roberto Mangabeira Unger, Eduardo Giannetti,
Carlos Ayres Brito, Arthur Giannotti e toda a população de intelectuais
acomodados que afunda no sofá confortável da própria inércia.
Quatro armas
por pessoa.
Esse número é
especialmente para vocês. É a homenagem do bolsonarismo às suas respectivas
taras por apaziguamentos seguidos de populismos de classe - sic (porque
criticar o PT dá Ibope e um púlpito na imprensa conservadora).
Quatro armas
por pessoa.
São situações
como essa que me fazem não ter dúvida. Mesmo distante das plagas
institucionais-partidárias, eu irei continuar defendendo e consagrando a este
partido singular todas as minhas energias políticas, práticas e teóricas,
humildemente, dentro do meu quadrado de redator compulsivo.
Quatro armas
por pessoa.
O PT é maior
do que ele próprio acha que é, extrapola as caixinhas bem comportadas dos
rótulos, dos simplismos, da política partidária meia-boca que os partidos
adversários fazem - porque não entendem, não codificam e não sabem como
combater politicamente um partido que representa a força real da população
brasileira de verdade, não do marketing demagógico que seduz a nossa elite
amesquinhada.
Quatro armas
por pessoa.
Eis a conta
para a classe média odienta e odiosa levar para seus obituários de luxo nas
páginas gloriosas da imprensa elitista.
Quatro armas
por pessoa.
O Brasil
entrou em um imenso moedor de carne. Some-se esse holocausto premeditado à
redução da maioridade penal, ao endurecimento de penas, aos delírios de
'execução' que fazem assoviar a cabeça vazia de governadores fanáticos e
sufocados na própria testosterona.
Quatro armas
por pessoa.
Esse é o
recado do bolsonarismo a todos que passaram boa parte da vida criminalizando o
PT, a política, o debate e, por tabela, a própria vida.
Quatro armas
por pessoa.
Eu vou deixar
de defender o PT quando o país voltar a si. Aí, veremos se a nossa sociedade
terá a capacidade de produzir uma alternativa digna a este que, por enquanto, é
o melhor espaço civilizatório deste país.
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