Hayle Gadelha
é jornalista, publicitário, poeta, escritor e editor do blog Daqui e Dali.
12 de
Fevereiro de 2019
Queiroz foi o
principal eleitor dos Bolsonaros nessas últimas eleições. Não por ter
comparecido ao local de votação para depositar o seu voto, o de sua família, os
de seus amigos de Rio das Pedras, os do pessoal do Escritório do Crime, etc,
etc, etc. Ele deu a maior força às campanhas dos Bolsonaros exatamente por não
ter comparecido. Ou melhor, votar, ele aparentemente votou – mas o seu nome
ficou mantido fora da mídia no período eleitoral. E por que será? A mídia ficou
em dúvida se o seu nome era com “s” ou com “z” e, por isso, preferiu não
escrever nada? Será? A resposta, importantíssima para os anais eleitorais do
país, somente agora está começa a ser dada.
O Ministério
Público do Rio de Janeiro divulgou dados que indicam uma, digamos,
desaceleração das investigações sobre a movimentação financeira de Fabrício
Queiroz no período eleitoral. Foram cinco os relatórios financeiros que a
Promotoria produziu de janeiro a 6 de agosto de 2018. Depois disso, o
ex-assessor do agora senador Flávio Bolsonaro foi notificado a depor apenas em
22 de novembro, três semanas após o segundo turno das eleições. Coincidência?
A Folha de
hoje, dia 12, informa que "nesse intervalo, não há nenhuma outra
movimentação relevante dos promotores formalizada no procedimento, segundo os
dados divulgados. A redução no ritmo da investigação no período eleitoral é
corroborada ainda por relatório feito pelo promotor Cláudio Calo, no despacho
em que se declarou suspeito para investigar Flávio. O procedimento principal,
aberto pelos promotores em 30 de julho, acumulava apenas 37 páginas até a
eleição do filho do presidente Jair Bolsonaro ao Senado, em outubro. De
novembro até a última terça-feira, dia 5, foram produzidas mais de 300, além da
inclusão de um pendrive e um DVD de conteúdo ainda desconhecido."
O
procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, disse, no início deste ano,
que, durante o período eleitoral, o GAOCRIM (Grupo de Atribuição Originária
Criminal), responsável pela apuração do caso, tinha como prioridade outras
investigações que exigiam prisões. Como assim? As dos Bolsonaros não exigiam
prisões? Como assim???!!! O motivo poderia estar nas cinco operações durante
período eleitoral com a prisão de três prefeitos, dois presidentes de Câmaras
Municipais e outras autoridades do estado — o Gaocrim investiga pessoas com
foro especial. O que isso significa? Não havia transporte para todos? Não havia
celas disponíveis? Se não é nenhuma dessas respostas, só há uma aceitável –
Queiroz e os Bolsonaros exigiam o direito de votar em Rio das Pedras.
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