30 de Março de
2019
Por Ricardo
Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia
Em clima de fim
de feira, parece que o governo do capitão Bolsonaro já está acabando, mas é só
o começo da destruição do futuro do Brasil.
Mais de 1,8
milhões de jovens desistiram de procurar emprego num país em que 13,1 milhões
de trabalhadores, segundo o IBGE, estão alijados da força produtiva.
Antes de
completar 100 dias, acabou a lua de mel do governo paramilitar de Bolsonaro e
seus generais com o mercado, a mídia e o eleitorado, como mostram as pesquisas.
É preciso
lembrar que, antes da facada de Juiz de Fora e da prisão de Lula, o candidato
do baixo clero nunca passou de 20% nas pesquisas presidenciais, o núcleo duro
da extrema-direita tupiniquim que lhe permanece fiel.
Enredado com
milícias, laranjais, funcionários fantasmas e denúncias variadas, o capitão já
deve estar arrependido de ter sido eleito, algo que não esperava quando se
lançou na aventura presidencial em 2014 nas redes sociais alimentadas a fake
news do filho Carlucho, o pit-bull do Planalto.
Esta semana, já
mostrando enfado e pouca paciência com as crises políticas, o presidente da
República eleito por quase 58 milhões de brasileiros, matou o serviço para ir ao cinema de manhã e saiu mais cedo na
sexta-feira para ir a um evento evangélico só para homens “destemidos,
corajosos e honrados”, tudo que ele nunca foi.
Proibido pela
Justiça de comemorar os 55 anos do Golpe de 1964, deixou todas as confusões que
armou para trás, e viaja hoje rumo a Israel para agradar a bancada evangélica,
que teve importante papel na sua eleição.
Só não se pode
dizer que Bolsonaro não esteja cumprindo suas promessas de campanha.
Está fazendo no
governo o mesmo papel de provocador barato e líder sindical dos militares, que
desempenhou durante quase 30 anos na Câmara, em que não apresentou nenhum
projeto e nunca se destacou pela atuação parlamentar.
Nunca passou de
uma figura folclórica do baixo clero que agora chegou ao poder.
O que ele fez
até agora? Liberou armas para todos, comprou brigas com a China e os países
árabes, detonou o Ministério da Educação e o Itamaraty com seus ministros
trogloditas e aumentou os índices de desemprego, paralisando a atividade
econômica com o caos instalado na articulação política.
Restaram apenas
a reforma da Previdência do superministro Guedes, que não anda no Congresso,
apresentada como cura para todos os males nacionais, e o pacote anticrime do
superministro Moro, contestada por especialistas todas as entidades jurídicas
democráticas.
Fora isso, não
há no horizonte nenhum programa de governo, qualquer sinal de retomada da
economia num ambiente de incertezas e perplexidade.
Como se diz no
futebol, deu a lógica. Não se podia mesmo esperar nada além disso aí, táokei?
Vida que segue.
0 comentários:
[ Deixe-nos seu Comentário ]
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor