POR FERNANDO
BRITO · 04/05/2019
O cancelamento
da viagem de Jair Bolsonaro a Nova York, para receber o prêmio – mambembíssimo
– de “Homem do Ano” da Câmara de
Comércio Brasil-Estados Unidos, afinal uma reunião de homens que querem
negócios mais fáceis com os EUA, mostra mais que um constrangimento do atual
presidente do Brasil.
Quatro meses
após sua posse, Jair Bolsonaro se tornou um estigma – fora dos meios
financeiros, de quem sabemos o que provoca-lhes o amor – pelo mundo afora.
Em nota
oficial, o porta-voz da Presidência, general Otávio Rego Barros, passou recibo:
“Em face da
resistência e dos ataques deliberados do prefeito de Nova York e da pressão de
grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam e acolhem
em suas instalações o evento anualmente, ficou caracterizada a ideologização da
atividade”
É claro que é
ideológico, como tudo no mundo é. Mas também é mercadológico.
Se empresas
cancelaram o patrocínio a esta homenagem, certamente não foi por “ideologia”,
foi pelo prejuízo comercial que ela poderia render.
O jornal
Financial Times, a companhia aérea Delta Air Lines e a consultoria Bain &
Company, que cancelaram seus patrocínios ao evento não são “ideologicamente
opositores” de Jair Bolsonaro, ao contrário.
Mas certamente
não estão dispostos a pagar para grudar em si um estigma de selvagens, que é a
marca que Jair Bolsonaro tem a lhes oferecer.
É, para
tristeza dos “mercadistas” uma questão de mercado. Jair Bolsonaro dá mais
prejuízo do que lucro.
Inclusive ao
Banco do Brasil, que patrocinará o jantar de milionários ao qual o presidente
não comparecerá e no qual há dúvidas se
será representado pelo chanceler Ernesto Araújo ou pelo astrólogo Olavo de
Carvalho.
O país que
tinha “o cara” como símbolo, agora tem “o pária”.
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