O empreendimento imobiliário e logístico deve atrair empresas que sirvam à vocação do Porto do Pecém
17/05/2019
A construção do
Polo Multimodal do Pecém, nas margens da BR-222, próximo à entrada do Complexo
Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), tem projeção de 50 mil empregos diretos
e indiretos em 30 anos. O investimento privado é de alegados R$ 3,5 bilhões. A
previsão de início da captação de parceiros na primeira fase é 2020, inicialmente
em 100 hectares do total de 2000. As obras devem começar no último trimestre
deste.
O aporte inicial
de R$ 70 milhões em terrenos foi realizado pelos sócios italianos Massimiliano
Camozza e Sebastiano Di Ruocco há 10 anos. Em 2015, iniciaram projeto para
atender empreendimentos dos segmentos logístico, industrial e comercial com a
construção de galpões e prédios para assessoria de gestão das empresas. Ainda
há plano de 20 mil habitações para abrigar quem trabalhar no espaço.
O negócio, com
base imobiliária e logística, é, para o Secretário do Desenvolvimento Econômico
de São Gonçalo do Amarante, Victor Samuel, uma iniciativa importante na
terceira fase do Porto do Pecém. Isso pela proposta de se interligar a modais:
rodoviária, pela BR-222; ferroviária, com a Transnordestina (hoje com obras
paradas); e aérea, com aeródromo licenciado, além do próprio porto.
Integrante do
projeto do Porto do Pecém desde o início, em 1995, quando fazia parte da equipe
da então Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE), ele vê o
projeto como positivo para os moradores das cidades ao entorno, que sofreram
com a crise econômica e seca nos últimos anos. "O certo é que o projeto dá
ao investidor uma opção viável de ter um local onde instalar sua indústria e à
reboque, tem a logística, serviços", diz.
CEO do Polo,
Sebastiano destaca a região do Pecém como ponto estratégico para a logística
mundial, depois que foi realizada a ampliação do Canal do Panamá, permitindo
embarcações cargueiras de grande porte.
Foram três anos
projetando o polo multimodal, envolvendo universidades italiana e marroquina,
além da Universidade Federal do Ceará (UFC), onde é promovida uma pesquisa em
inovação. O Polo Multimodal do Pecém é considerado uma smart chain city (cidade
de cadeia inteligente), modelo que forma um ecossistema pensado a utilizar
energia sustentável e tecnologia nos processos.
Economista e
profissional de Mercado Exterior, Eufrasina Campelo destaca a preocupação com a
sustentabilidade nos processos. Mas pondera que projetos semelhantes a este, em
outros estados, esvaíram-se com a perda de fôlego da indústria local.
Atividades
empresariais parecidas no Espírito Santo, próximo ao Porto de Tubarão, e em
Minas Gerais, próximo à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), "depois de
projetos fracassados se tornaram em cidades fantasmas". "Enquanto as
atividades industriais do Cipp estiverem em alta no mercado, sem dúvidas que o
investimento vai ser rentável", avalia.
Perfil dos
sócios:
Sebastiano Di Ruocco
Italiano de
nascimento, é empresário do setor imobiliário desde 2002. Na Itália, foi
associado ao grupo Pirelli Real Estate e tem negócios no Brasil desde 2008, com
o Grupo Frente Mar Imóveis no ramo de incorporação e intermediação imobiliária
para investidores europeus, e é sócio em outras empresas.
Massimiliano Camozza
Natural de
Milão, na Itália, o empresário e engenheiro de produção, graduado na
Universidade Politécnica de Milão, desde 1996 atua em cargos de gestão de
logística de multinacionais como Ferrero, Siemens e Techint. Chegou ao Brasil
em 2007, como administrador do fundo suíço Fenice Investments para desenvolver
negócios imobiliários no segmento residencial e turístico.
0 comentários:
[ Deixe-nos seu Comentário ]
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor