Três dias antes do segundo turno das eleições de 2018, o
procurador Deltan Dallagnol tentou forçar a mão para provocar ações de busca e
apreensão contra o atual senador Jaques Wagner (PT-BA). Em uma das conversas,
Deltan pergunta: “Caros, Jaques Wagner evoluiu? É agora ou nunca... Temos
alguma chance?”
29 de junho de
2019
Em sua coluna
deste sábado, a jornalista Mônica Bergamo revela que o procurador Deltan
Dallagnol demonstrou, em diálogos com colegas da Lava Jato, em outubro de 2018,
que era preciso acelerar ações contra o petista Jaques Wagner —ele tinha
acabado de se eleger senador pela Bahia e tomaria posse em fevereiro. Para
Deltan, valeria fazer busca e apreensão sobre o político 'por questão
simbólica', segundo informa a jornalista.
Em uma das
conversas, de 24 de outubro do ano passado, Deltan pergunta: “Caros, Jaques
Wagner evoluiu? É agora ou nunca... Temos alguma chance?” Naquele momento,
Fernando Haddad e Jair Bolsonaro disputavam a presidência da República e Sergio
Moro negociava com a equipe de Bolsonaro sua ida para o governo.
Leia, abaixo, um
trecho da coluna de Mônica Bergamo, em que Deltan, que diz não ser possível
atestar a autenticidade das mensagens, afirma que 'seria bom demais' uma ação
contra Wagner:
Um procurador identificado como Athayde (provavelmente Athayde
Ribeiro Costa) responde: “As primeiras quebras em face dele não foram
deferidas”. Mas novos fatos surgiram e eles iriam “pedir reconsideração”. “Isso
é urgentíssimo. Tipo agora ou nunca kkkkk”, escreve Deltan. Athayde diz que
“isso não impactará o foro”. Deltan responde: “Não impactará, mas só podemos
fazer BAs [operações de busca e apreensão] nele antes [da posse]”. Uma
procuradora pondera que o petista já sofrera uma busca: “Nem sei se vale
outra”. Deltan responde: “Acho que se tivermos coisa pra denúncia, vale outra
BA até, por questão simbólica”. E completa: “Mas temos que ter um caso forte”.
Athayde informa que seria “mais fácil” Wagner aparecer “forte” em outro caso, e
Deltan finaliza: “Isso seria bom demais”.
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