Leonardo Attuch
é jornalista e editor-responsável pelo 247
13 de Junho de
2019
As novas
revelações do The Intercept sobre a chamada ‘Vaza Jato’ confirmam o que muitos
já vinham dizendo: sempre houve uma articulação da força-tarefa com os Estados
Unidos, que passaram a usar o combate à corrupção como instrumento de dominação
geopolitica e de arrecadação.
Num dos
diálogos, em que é cobrado pelo ex-juiz Sérgio Moro a realizar uma nova
operação, o procurador Deltan Dallagnol afirma que ela dependeria de
“articulação com os americanos”, ou seja, com algo relacionado provavelmente ao
Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Como se sabe, a
Lava Jato atendeu plenamente aos interesses econômicos e geopolíticos dos
Estados Unidos, que levaram a Embraer, parte do pré-sal, recolocaram a
Microsoft nas compras governamentais e passaram a ter no Brasil um presidente
que bate continência para sua bandeira.
Adicionalmente,
antes mesmo da conclusão de qualquer processo judicial, a Petrobrás se dispôs a
pagar uma multa de quase R$ 10 bilhões aos EUA. Em contrapartida, Dallagnol, o
mesmo da “articulação com os americanos”, teria uma fundação de R$ 2,5 bilhões
para chamar de sua.
No Brasil, o que
restou? Uma economia arrasada, construtoras quebradas, a imagem internacional
no lixo e a percepção global de que o país mantém um ex-presidente como preso
político. Ou seja: a guerra híbrida em ‘articulação com os americanos’ foi um
case de sucesso.
O que me intriga
agora é por que parte também dos Estados Unidos o movimento para ‘libertar o
Brasil’ a partir das revelações de Glenn Greenwald e sua equipe. Será que os
Estados Unidos, contentes com o petróleo e a Embraer, agora querem um
Brasil-satélite que volte a funcionar?
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