08/06/2019 | Por: Gilberto
Dimenstein
Preste atenção
nessas falas e gestos do presidente Jair Bolsonaro: eles vão embasar minha
suspeita. Uma suspeita que ninguém quer escrever — embora pense.
A suspeita: o
presidente sofre de distúrbios mentais jamais diagnosticados que o inabilitam
para lidar com a realidade. Isso faz com que ele viva uma realidade alternativa
com inimigos imaginários e complôs.
1) Em meio a
graves acusações contra Neymar, com fotos e laudos de violência praticada pelo
atleta, Bolsonaro se desloca até uma clínica para se mostrar abraçado com o
jogador;
2) Informa
que, no Palácio da Alvorada, dorme ao lado de uma arma, com medo de um
atentado;
3) Apesar de
todas as evidências em contrário, ele insiste que, por trás da facada de Adélio
Bispo, haveria uma conspiração;
4) Elogia um
ex-aliado — MC Reaça — que se matou depois de espancar uma mulher supostamente
grávida;
5) Afirma que
existe um complô para afastá-lo de Carlos, seu filho, gestor de suas redes
sociais;
6) Revela na
intimidade que os militares querem sabotá-lo;
7) É seguidor
do filósofo Olavo de Carvalho, fã de teorias conspiratórias. O filósofo já
disse que tem dúvidas sobre o formato da Terra, que cigarro não tem relação com
câncer e que desconfia das vacinas;
8) Acredita
que existe um complô por trás das teorias sobre aquecimento global, provadas
cientificamente;
9) Defende o
fim da multa para quem não tiver cadeirinha para crianças e levar filhos no
banco da frente. Ainda diz que, se dependesse dele, o limite de pontos na
carteira de habilitação seria de 60. Isso em um país campeão de acidentes de
trânsito;
10) Desativa
os radares, convencido de que existe um complô: a “indústria da multa”, apesar
de estudos mostrando como esses aparelhos reduziram os acidentes de trânsito;
11) Propõe o
fim de exame toxicológico a motoristas;
12) No
Carnaval, divulga um vídeo pornográfico;
13) Promete
para o local em que foi multado, um santuário ecológico de Angra dos Reis, um
projeto de turismo;
14) Afirma que
existe um “sistema” que tem interesse em matá-lo;
15)
Apresenta-se como enviado de Deus;
16) Mesmo
diante de desafios como a reforma da Previdência, vital para seu governo e o
futuro do Brasil, cria conflitos desnecessários com políticos e meios de
comunicação.
Os jornalistas
se limitam a comentar essas frases e ações como se fossem apenas asneiras ou
disparates.
Já estou
convencido de que não se pode atribui-las somente à falta de preparo
intelectual, visão eleitoreira ou radicalismo ideológico.
Existem aqui
sinais de síndrome de paranoia e até uma certa dose de esquizofrenia.
É sabido que o
poder não alivia esses sinais: aguçam. Ou até despertam.
Quem pode
garantir que essas 16 coisas que eu listei aqui (apenas 16) são atitudes de
alguém normal?
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