POR FERNANDO
BRITO · 02/06/2019
Juliana Dal
Piva, em O Globo, publica hoje um extenso relato da vida da família Valle, da
qual faz parte Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair
Bolsonaro. Não teriam interesse algum se a família Valle não tivesse nove parentes
contratatados no gabinete dele e de Flávio Bolsonaro, no período em que este
foi deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Aparentemente,
trata-se de gente com vida modesta, até com dificuldades para sobreviver,
unidos apenas pelo fato que nunca foram, de fato, assessores de coisa alguma.
Dificilmente
pode ter embolsado tudo sem fazer nada, durante anos, sem ter enriquecido. Uma
década recebendo quase R$ 9 mil, morando nos fundos da casa dos pais e tendo de
fazer faxinas para viver?
Juliana foi
atrás de todos eles. Foi atrás, porque todos fogem do assunto, porque não tem
uma “história plausível” para contar.
De pouco
adiantará o silêncio, agora que seu sigilo bancário foi quebrado e
tranferências ou saques em dinheiros sistemáticos serão documentados.
O ex-sogro de
Bolsonaro, um dos parentes que bateu o telefone à reporter, chegou a dizer que
vai “acabar em pizza”.
Certamente não
para Fabrício Queiroz, dificilmente para Flávio Bolsonaro. E é bom Jair já ir
torcendo para não haver sido deixado algum “rabo de palha” para ele.
Bolsonaro, como
se viu, não era apenas uma família, mas uma franquia de mandatos para resolver
as necessidades da troupe.
O “ZeroZero”
também vai dizer que não sabia que seu filho sustentava toda a família de sua
ex-mulher?
Que é uma
bomba-relógio, todos estão vendo. Que vai estourar, também. Só resta saber o
seu potencial destrutivo.
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