"As conversas entre Sergio Moro e Deltan Dallagnol
divulgadas pelo The Intercept Brasil provam que Moro atuou como parte da
acusação. Se o juiz é acusador, não há defesa possível. Sem direito de defesa,
não há julgamento justo. Lula não foi submetido a um julgamento justo",
diz o sociólogo Celso Rocha de Barros, doutor em Oxford. Ele lembra ainda que
"o julgamento a ser anulado foi o que tirou Lula da disputa eleitoral de
2018"
17 DE JUNHO DE
2019
O sociólogo
Celso Rocha de Barros, doutor em Oxford, defende a anulação do processo contra
o ex-presidente Lula, agora que ficou provado que o ex-juiz Sergio Moro cometeu
o crime de fraude processual ao se associar à acusação para condená-lo.
"As conversas entre Sergio Moro e Deltan Dallagnol divulgadas pelo The
Intercept Brasil provam que Moro atuou como parte da acusação. Se o juiz é
acusador, não há defesa possível. Sem direito de defesa, não há julgamento
justo. Lula não foi submetido a um julgamento justo", diz ele, em artigo
publicado na Folha de S. Paulo nesta segunda-feira.
"Quanto às
opiniões sobre a culpa ou inocência de Lula, elas voltam à estaca zero. Cada um
achará Lula culpado ou inocente segundo sua própria avaliação pessoal das
evidências, ou, o que é imensamente mais provável, segundo suas preferências
políticas. A sentença de Moro deixa de ter qualquer peso nessa análise",
afirma.
"Discordo
do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que, em primeira avaliação, disse
que se tratava de 'tempestade em copo d'água'", diz ainda o sociólogo.
"O julgamento a ser anulado foi o que tirou Lula da disputa eleitoral de
2018. Lula liderava as pesquisas. Lula subiu nas pesquisas enquanto estava
preso. Lula era o candidato preferido dos brasileiros mais pobres. Não sei se
teria ganho, mas Jair Bolsonaro parece achar que sim. Se não acha, por que
disse que Moro livrou o Brasil do bolivarianismo?", questiona.
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