(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
Sérgio Moro e Dallagnol questionam os diálogos publicados pelo
The Intercept
30/06/2019
Em nota
divulgada no final da tarde deste sábado (29/6), a Associação Nacional dos
Procuradores da República (ANPR),
"alerta a sociedade sobre a impossibilidade de considerar como
verdadeiras" mensagens divulgadas pelo site The Intercept em que
procuradores da República fazem críticas ao ministro Sérgio Moro. Ouvido pelo
Correio, um procurador, porém, confirma, que as mensagens sobre Moro são
verdadeiras.
Integrantes da
força-tarefa da Lava-Jato revelam preocupações com a possibilidade de que o
então juiz Sérgio Moro aceitasse convite para compor a equipe de ministros do
presidente Jair Bolsonaro.
Nas mensagens
publicadas, a procuradora Monique Cheker critica a condução dos processos da
Lava-Jato pelo ministro na época em que ele era juiz no Paraná. "Moro
viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados", teria
dito Monique. Em um grupo no aplicativo Telegram, os procuradores teriam
demonstrado preocupação com o fato de Moro marcar encontros com o presidente
Jair Bolsonaro após o resultado das eleições do ano passado.
Um dos que
participam do diálogo é o procurador Alan Mansur, coordenador da Lava-Jato no
Pará. Ele revela temor com a ida de Moro para o Ministério da Justiça.
"Tem toda a técnica e conhecimento para ser um excelente ministro da
Justiça. E tentar colocar em prática tudo que ele acredita. Porém, o fato de
ter aceitado, neste momento, entrar na política e desta forma, é muito ruim pra
imagem de imparcialidade do sistema de justiça e MP em geral”, disse.
Minutos antes da
reportagem entrar no ar, o jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept,
apresentou a reprodução de uma conversa, citando o procurador Ângelo Goulart
Villela. A matéria publicada, porém, citou na verdade Ângelo Augusto Costa, um
homônimo. Pelo Twitter, Sérgio Moro afirmou que as controvérsias da publicação
revelam que as mensagens não ocorreram. "Isso só reforça que as mensagens
não são autênticas e que são passíveis de adulteração. O que se tem é um balão
vazio, cheio de nada. Até quando a honra e a privacidade de agentes da lei vão ser
violadas com o propósito de anular condenações e impedir investigações contra
corrupção?", disse.
No
posicionamento divulgado, a ANPR ressaltou a "preocupação quanto à
divulgação de mensagens atribuídas a integrantes do Ministério Publico Federal
com indícios de terem sido adulteradas e de serem oriundas de crime
cibernético". A entidade destacou ainda que "manterá implacável na
defesa das prerrogativas funcionais dos procuradores da República, garantidas
pela Constituição para que eles possam defender, com independência e autonomia,
a ordem jurídica, o regime democrático e os interesses sociais e individuais
indisponíveis".
Veracidade
Ao Correio, um
dos procuradores estava no grupo em que ocorreram as conversas, disse, sob a
condição de anonimato, que os trechos divulgados são verdadeiros. “Me recordo
dos diálogos com os procuradores apontados pelo site. O grupo não existe mais.
No entanto, me lembro do debate em torno do resultado das eleições e da
expectativa sobre a ida de Moro para o Ministério da Justiça", disse.
O integrante do
Ministério Público Federal (MPF) também declarou que conseguiu recuperar parte
do conteúdo. "Consegui recuperar alguns arquivos no celular. Percebi que
os trechos divulgados não são de diálogos completos. Tem mensagens anteriores e
posteriores às que foram publicadas. No entanto, realmente ocorreram. Não posso
atestar que tudo que foi publicado até agora é real e não sofreu alterações. No
entanto, aquelas mensagens que foram publicadas ontem (sexta) são autênticas”, completou.
1 comentários:
Procurador "NA CONDIÇÃO DE ANONIMATO". Isso não tem valor algum e não comprova nada!
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