POR FERNANDO
BRITO · 16/07/2019
Monica Bergamo,
na Folha, põe uma cereja cearense na história da lucrativa exploração de
prestígio de Deltan Dallagnol, que empresariou a Operação Lava Jato para lhe
render um bom dinheiro “por fora” em palestras e eventos.
Numa
quinta-feira à noite, 20 de julho de 2017, o ubíquo procurador estava em
Fortaleza, ensinando aos empresários cearenses as virtudes da honestidade.
Mas como a vida
não é só feita de sacrifícios, além dos “30 k” – a maneira pela qual se refere
ao cachê de R$ 30 mil por cada palestra nas mensagens trocadas com Sergio Moro
– Dallagnol arrancou também passagens de avião e hospedagem para sua mulher e
filhos no caríssimo hotel e complexo de lazer aquático Beachpark – coisa de R$
1 mil a diária – para o resto do final de semana.
“Eu pedi pra pagarem passagens pra mim e família e estadia no Beach Park. As crianças adoraram”, disse Dallagnol. “Além disso, eles pagaram um valor significativo, perto de uns 30k [R$ 30 mil]. Fica para você avaliar.”
Uma beleza!
Deltan deve ter
gostado, pois repetiria a dose, um ano depois, em outubro de 2018, agora às
custas do plano de saúde Unimed, seção Fortaleza, palestrando sobre ““Ética e
luta contra a corrupção”.
Além da ideia
dada a Sérgio Moro que pegasse também o “bocão”, Dallagnol deixa nas mensagens
uma cândida observação: de que o abuso não vai dar problemas:
“Não sei se você viu, mas as duas corregedorias —[do] MPF [Ministério Público Federal] e [do] CNMP [Conselho Nacional do Ministério Público]— arquivaram os questionamentos sobre minhas palestras dizendo que são plenamente regulares”.
Plenamente,
Deltan, plenamente.
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