O ataque de Jair Bolsonaro ao estudante Fernando Santa Cruz,
sequestrado, preso e morto pela Ditadura Militar, motivou o repúdio de diversas
instituições, e líderes de partidos políticos à esquerda e à direita, como
Dilma Rousseff, Fernando Haddad, Guilherme Boulos, João Doria e Marina Silva;
Bolsonaro conseguiu unir todo o campo democrático na repulsa a sua psicopatia
30 de julho de
2019
A declaração
de Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, 29, exaltando o assassinato do militante
Fernando Santa Cruz, pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, durante a
Ditadura Militar, conseguiu reunir o repúdio de várias instituições, partidos e
líderes políticos de diversos campos político, da esquerda à direita.
"Um dia,
se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no
período militar, conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra
ele. Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar nas conclusões
naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e
violento da guerrilha lá de Pernambuco e veio desaparecer no Rio de
Janeiro", afirmou Bolsonaro (Leia mais no Brasil 247).
Esta
declaração de Bolsonaro foi repudiada ao longo do dia. A ex-presidente Dilma
Rousseff afirmou que "só nos regimes fascistas o presidente ameaça prender
e se vangloria dos assassinatos" (leia mais). O ex-prefeito Fernando
Haddad viu na fala um risco ao próprio presidente da OAB. "Vejo issso como
uma ameaça”, disse Haddad (leia aqui).
Pela esquerda,
também o líder do MTST, Guilherme Boulos coindenou o ataque de Bolsonaro.
"Bolsonaro é um cínico asqueroso. Se sabe como Fernando Santa Cruz
desapareceu, após ser preso pela ditadura, deve dizer ao Brasil. Nós queremos
saber", disse Boulos.
Na direita
também houve repúdio à fala de Bolsonaro. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), classificou o
ataque como "inaceitável" (leia aqui). E o jurista Miguel Reale
Júnior disse que "não é caso de impeachment, mas de interdição"
A ex-ministra
Marina Silva também condenou a agressão de Jair Bolsonaro. "É ultrajante!
Depois de atacar a imprensa livre, atenta contra a advocacia, outro pilar da
democracia", disse Marina (leia no Brasil 247).
Agressão de
Jair Bolsonaro ao presidente da OAB parece ter alertado o sistema politico
brasileiro de que o Brasil pode caminhar para um ditadura aberta, caso nada
seja feito contra o capitão da extrema-direita.
Defendido
nesta segunda pelo líder do PT, Paulo Pimenta, um pedido de impeachment contra
Bolsonaro começa a ganhar força no Congresso e pode, pela primeira vez desde a
redemocratização colocar no mesmo atores políticos da esquerda e da direita,
comprometidos com a defesa da democracia e liberdades do estado de Direito.
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