(Foto: Agência Senado | Reuters)
Uma nova reportagem do Intercept, desta vez em parceria com a
Veja, reforça novamente que o ministro Sérgio Moro (Justiça) tentava interferir
no trabalho do MPF-PR; "Espero que não procedam", opina Moro sobre
uma eventual delação premiada do então presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha (MDB-RJ)
5 de julho de
2019
Uma nova
reportagem do site Intercept Brasil, desta vez em parceria com a revista Veja,
reforça novamente que o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio
Moro, tentava interferir no trabalho do Ministério Público Fexderal (MPF-PR) ao
dar orientação sobre investigações. Em junho de 2017, Ronaldo Queiroz,
procurador da força-tarefa da Operação Lava-Jato na Procuradoria-Geral da
República (PGR), cria um grupo no Telegram com o também procurador Deltan Dallagnol
para avisar que foi procurado pelo advogado do então presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha, (MDB-RJ), para iniciar uma negociação de delação
premiada.
Segundo Queiroz,
as revelações poderiam ser de interesse dos procuradores de Curitiba, Rio de
Janeiro e Natal, onde corriam ações relacionadas ao político. No dia 5 de
julho, o então juiz responsável pelo julgamento dos processos da Lava Jato em
primeira instância, Sérgio Moro, questiona Dallagnol sobre rumores de uma
delação de Cunha, depois que o advogado Délio Lins e Silva Júnior conseguiu
marcar reunião com procuradores.
"Espero que
não procedam", diz Moro.
Dallagnol
confirma ao juiz que está programado apenas um encontro com o advogado para que
os procuradores tomem conhecimento dos anexos. "Acontecerá na próxima
terça. estaremos presentes e acompanharemos tudo. Sempre que quiser, vou te
colocando a par", afirma.
Mor reforça seu
posicionamento. "Agradeço se me manter (sic) informado. Sou contra, como
sabe".
Segundo procuradores,
Cunha e o doleiro Lúcio Funaro falariam sobre os mesmos temas, o que tornaria
desnecessária as duas colaborações premiadas.
Em 30 de julho,
Queiroz afirma que o material é fraco. No dia seguinte, uma mensagem do
procurador Orlando SP, provavelmente Orlando Martello Júnior, traz o
posicionamento de procuradores da capital paranaense, o mesmo de Moro:
"Achamos que o acordo deve ser negado de imediato".
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