O presidente do PCO conversou com a TV 247 sobre a situação do
ministro Moro que, depois das revelações do site The Intercept, tem sido alvo
de uma enxurrada de críticas; “O problema do Moro não é ética, o que ele fez é
um crime gigantesco, ele conspirou contra um país inteiro”, afirmou Rui
6 de julho de
2019
O presidente do
PCO, Rui Costa Pimenta, falou à TV 247 sobre a situação do ministro da Justiça
e Segurança Pública, Sérgio Moro, que teve diálogos vazados, enquanto juiz da
Lava Jato, com procuradores da operação. Rui Costa Pimenta afirmou que a conduta
de Moro caracteriza um “crime gigantesco” e disse que o ministro está merecendo
a cadeia que tanto pregou aos outros. Ele também falou da perseguição de Moro
ao jornalista Glenn Greenwald, da utilidade do ministro para o imperialismo e
comentou o acordo entre a União Européia e Mercosul.
Rui ressaltou
que Moro aconselhou a acusação do processo contra o ex-presidente Lula,
portanto, deveria ser preso por isso. “O juiz não pode conspirar com uma das
partes para prejudicar a outra parte, isso levaria não só a destituição do juiz
como o levaria à cadeia. O Moro, que ameaçou tanta gente de cadeia, está
merecendo a cadeia que ele prega para os outros”.
O presidente do
PCO, e também jornalista, afirmou que é criminosa também a investigação relacionada
ao jornalista, Glenn Greenwald, responsável pelos vazamentos do The Intercept.
“Isso é mais uma operação criminosa, você tem um adversário político e você
começa a ‘investigar’ esse adversário, você começa um processo de criar uma
acusação contra quem está te denunciando, é um estado policialesco, uma ação
criminosa”.
Ele disse ainda
que Moro não pecou pela ética apenas, mas cometeu um crime e conspirou contra o
Brasil. “O problema do Moro não é ética, o que ele fez é um crime gigantesco,
muito maior do que os supostos crimes das pessoas que ele julgou, ele conspirou
contra um país inteiro, contra os direitos da população, ele prendeu o Lula com
base em um processo de perseguição política. É mais uma atividade criminosa de
uma quadrilha de criminosos”.
Ainda sobre a
investigação à Greenwald, Rui disse que a ação é um “erro político”. “A
tentativa de perseguir o Glenn Greenwald é um erro político, ele não é do PSDB,
não é do PT, ele é um jornalista, ele não é um elemento conspirativo, não tem
obrigação nenhuma de fornecer a indicação de quem passou para ele esses
documentos. É a atividade mafiosa e criminosa desse pessoal que é mafioso e
criminoso mesmo, agora todo mundo se dá conta. A perseguição ao Greenwald é
insustentável, até me espanta que façam essa tentativa”.
Rui Costa
Pimenta disse discordar do argumento de que Moro não tem mais utilidade para o
império, já que com sua derrocada, todo o plano golpista da burguesia seria
prejudicado. “A derrubada do Moro coloca tudo abaixo coloca em questão as
eleições de 2018. O Moro pode até ter deixado de ser importante, mas aqui não
está em questão o destino pessoal do Moro, o que está em questão é o destino da
operação golpista que começou lá atrás. Mesmo os piores inimigos do Moro dentro
da burguesia não querem que isso venha à tona”.
O presidente do
PCO falou também sobre as manifestações a favor da direita em meio à crise do
governo do presidente Jair Bolsonaro e as recentes revelações contra Moro. “Os
vazamentos colocaram a direita em uma situação muito defensiva”.
Sobre a
esquerda, Rui pontuou que é necessário que o campo progressista se mobilize
porque não basta ter o governo fraco já que se trata também de um conjunto da
burguesia, e é ela que terá de resolver o problema. Ele também afirmou que o
atual governo é uma ameaça. Questionado sobre a possibilidade de um golpe, Rui
falou que não descarta esta variável. “Não descartamos essa possibilidade em
momento nenhum desde 2016. Quem dá um golpe está disposto a ir até as últimas
consequências, essa é a realidade, um golpe não é uma coisa que você faz de
maneira totalmente irresponsável. Eles já falaram várias vezes que isso pode
acontecer”.
Rui Costa
Pimenta opinou também sobre o STF e os julgamentos de Lula e Moro na Corte.
Para o presidente do PCO, os ministros manipula o cenário político e não querem
libertar Lula e nem condenar Moro. “Eles são pessoas que manipulam a situação
política de uma maneira habilidosa. Eles sabem o que cada um pensa, ninguém
chega ali para ser pego de surpresa em uma votação, eles já entram com o placar
estabelecido, em geral, podem haver exceções. Eles estão fazendo um jogo
complicado, dada a dimensão da crise. Não soltaram o Lula mas também não
colocaram uma pedra sobre o assunto, jogaram para frente. A ideia que eu tenho
é de que eles não querem votar nem o caso Lula e nem querem condenar o Moro,
estão deixando tudo pendurado”.
Sobre o acordo
comercial entre UE e Mercosul, Rui disse que o pacto irá destruir a indústria
brasileira. “Esse acordo vai aprofundar um processo que já vem de longa data
que é o processo de liquidação da indústria brasileira, é aquele acordo
pretensamente igualitário, liquida as tarifas dos dois lados, só que as tarifas
brasileiras são defensivas, de um país que não tem a capacidade competitiva de
um outro país, é uma defesa da economia nacional. Vai custar aqui em termos de
emprego e um monte de coisas, como tem custado para o brasileiro toda a
política que vem sendo levada depois do plano real.
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