Por Marcos
Sacramento - 20 de agosto de 2019
Há fartura de
imagens para resumir a miséria política que tomou conta do país, mas poucas
serão tão simbólicas e eloquentes quanto a comemoração do Witzel depois que
atiradores de elite mataram o autor do sequestro de um ônibus na ponte
Rio-Niterói.
A cena do
governador do Rio de Janeiro descendo do helicóptero sorrindo e erguendo os
braços como se celebrasse um gol simbolizam o período nebuloso em que
governantes perderam a vergonha de exibir suas credenciais de facínoras.
Witzel e seu
confrade Bolsonaro louvam a morte, a tortura, as execuções. Elegeram-se com a
promessa de destruir, eliminar. Um falou em exterminar a “petralhada”, outro
prometeu a execução sumária de narcotraficantes.
Nenhum deles
fala em promover bem-estar, saúde e educação, discurso básico de dez entre dez
políticos, de todos os lados do espectro político. Ambos chegaram ao poder
prometendo a morte e quando esta ocorre, comemoram com a empolgação de um
torcedor de futebol.
São entusiastas
da violência e se aproveitam das exceções legais de emprego da força para
expressar o sadismo.
A princípio, a
operação que matou o sequestrador de 37 pessoas foi legítima e dentro das
técnicas policiais.
Bastaria ao
governador se limitar à nota publicada no Twitter, onde disse que o ideal era
que todos saíssem vivos e informou que a Secretaria de Vitimização irá dar
atendimentos aos reféns e à família do infrator.
Mas o post
sóbrio, possivelmente obra da assessoria de comunicação, não condiz com o homem
que posa com metralhadora e defende a eliminação de criminosos sem o devido
amparo legal.
Este Witzel, sem
verniz, desceu do helicóptero esfuziante como candidato em campanha. A cena
levou Gulherme Boulos a definir com precisão o governador do Rio de Janeiro: “a
pior mistura de sociopatia com oportunismo”.
Para as pessoas
providas de humanidade que duvidam que o país está nas trevas, ver a
comemoração de Witzel será útil para suprimir quaisquer dúvidas.
1 comentários:
Sou espírita e concordo.
Pessoas que pensam assim deveriam refletir sobre a lei universal de causa e efeito.
A rica obra de Chico Xavier, versa em suas pisicografias esse assunto com muita clareza.
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