Alex Solnik é
jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor,
Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais
"Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A
guerra do apagão" e "O domador de sonhos"
12 de agosto de
2019
Por Alex Solnik,
do Jornalistas pela Democracia - A
julgar pelo resultado das primárias de ontem, Alberto Fernández (47%) será o
próximo presidente da Argentina. As eleições para valer estão marcadas para 27
de outubro.
A reeleição de Maurizio Macri (32%) subiu no
telhado.
Bolsonaro deve estar furioso. Tudo o que ele
não queria era a eleição de um presidente de esquerda no país vizinho. A vice é a ex-presidente Cristina Kirchner.
Afinal, isso contraria sua pretensão de
exportar seu modelo de tirania primeiro aos países das Américas e, depois, do
mundo, como na história do “Pinky e o Cérebro”.
E ele apostou todas as fichas em Macri.
Para piorar sua situação, Fernández visitou
Lula na cadeia, mostrando por quem tem simpatia no Brasil.
As primárias argentinas são diferentes das dos
EUA. Não visam escolher o candidato presidencial do partido. Não são limitadas
aos eleitores do partido. Todos os eleitores aptos votam. O objetivo é eliminar
do pleito de verdade candidatos com menos de 1,5%. É mais uma prévia que uma
primária.
Os demais resultados são ignorados
oficialmente, mas indicam uma forte tendência, dado o tempo exíguo entre uma
votação e outra. Se Fernández repetir o resultado (mais de 40% e dez pontos
percentuais a mais que o segundo colocado) vai levar no primeiro turno.
É a primeira surra eleitoral de Bolsonaro. E
pode não ser a única.
Como o que acontece na Argentina costuma
repetir-se mais tarde no Brasil, o que se convencionou chamar de efeito Orloff
(“eu sou você amanhã”), seria de bom alvitre ele colocar sua barba de molho.
Brasil 247
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