POR FERNANDO
BRITO · 24/08/2019
Nos jornais
deste sábado, em meio à fumaceira que vem da crise amazônica à qual Jair
Bolsonaro ateou fogo com suas declarações estúpidas, surgem por toda a parte os
focos do incêndio que devorou a aliança entre Moro (e a Lava Jato) e o atual
presidente.
Já que o
presidente aprecia tanto as metáforas amorosas – namoro, noivado, casamento são
rótulos constantes que dá às relações políticas – não seria impreciso dizer
que, neste momento, Sergio Moro foi posto a dormir no sofá.
Jailton
Carvalho, em O Globo, narra o que teria sido a gota d’água no pote cheio de
mágoas do convivio entre ambos: o pedido de Moro a Dias Toffoli para reverter a
decisão que barrou investigações originadas de relatórios do falecido Conselho
de de Controle de Atividades Financeiras – Coaf. Toffoli, claro, só descobriu,
depois de anos e anos, que isso representaria uma violação do sigilo bancário e
fiscal sem autorização judicial, justamente quando as estrepolias do filho
presidencial vieram à tona.
E relata que
‘rolou barraco’, dias depois, quando Bolsonaro chamou Moro ao Palácio da
Alvorada e foi curto e grosso com seu ministro: “não pode ajudar, por favor,
não atrapalhe!”. A partir daí, Moro, que tinha perdido formalmente o Coaf,
perdeu-o de fato e teve de se calar quando o “Mito” começou a desautorizá-lo
diante da Polícia Federal.
A ressurreição
da Lava Jato, nos últimos dias, a partir de desacreditadas delações de Antonio
Palocci é a reação – quem sabe estimulada por ele próprio – da família ante o
rompimento iminente. uma espécie de rebuliço para ver se as ruas domingueiras
saem em sua defesa.
Aparentemente,
em vão.
Moro, que já
teve a promessa de tudo, parece viver a agonia de nada mais ter.
Exceto – e não
se esqueçam disso – a ambição do poder.
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