Novas revelações do site Intercept Brasil, em parceria com o
jornal El País, apontam que membros da Lava Jato tratavam a procuradora Raquel
Dodge como inimiga. “Caros. O barraco tem nome e sobrenome. Raquel Dodge”,
afirmou o procurador Januário Paludo a seus colegas em um chat do Telegram em
11 de março deste ano. Agora sobe a tensão entre Lava Jato e PGR
9 de agosto de
2019
Novas
revelações do site Intercept Brasil, em parceria com o jornal El País, apontam
que membros da Operação Lava Jato tratavam a procuradora Raquel Dodge como
inimiga.
“Caros. O
barraco tem nome e sobrenome. Raquel dodge”, afirmou o procurador Januário
Paludo a seus colegas em um chat do Telegram em 11 de março deste ano.
Segundo a
reportagem, "as conversas dos procuradores, enviadas ao The Intercept por
uma fonte anônima e analisadas em conjunto com EL PAÍS, apontam que Dodge, o
posto mais alto do Ministério Público, era vista como uma espécie de inimiga
interna pela própria operação".
"E que os
procuradores chegaram a discutir a possibilidade de repassar informações
secretamente a jornalistas para pressioná-la a liberar ao STF delações, entre
elas, a de Léo Pinheiro, da construtora OAS, uma testemunha-chave de casos que
incriminam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva".
De acordo com
a matéria, "a relação estreita que, de acordo com os procuradores, existe
entre Gilmar Mendes e Raquel Dodge é o cimento que constrói o muro de
desconfiança e desdém que separa Curitiba da procuradora-geral da República. É
um sentimento que vem desde o começo da gestão dela, em setembro de 2017".
"Em 20 de
junho daquele ano, dias antes de Dodge ser apontada para o cargo pelo então
presidente Michel Temer, Dallagnol diz aos colegas: 'Bastidores: - Raquel Dodge
se aproximou de Gilmar Mendes e é a candidata dele a PGR', escreve o
procurador. Em outra conversa, já em 2018, o coordenador da Lava Jato afirma
que Dodge só não confronta Mendes porque 'sonha' com uma cadeira no Supremo
assim que seu mandato na PGR terminar", diz o texto.
Segundo a nova
Vaza Jato, "a suposta aproximação com o ministro do STF, no entanto, é só
uma das queixas da Lava Jato de Curitiba com Dodge. Para os procuradores
liderados por Dallagnol, a procuradora-geral é um obstáculo incontornável
também por ser dona da caneta que tanto libera orçamento à força-tarefa como
envia ao Supremo os acordos de delações premiadas que envolvem autoridades com
foro privilegiado, como a de Léo Pinheiro".
"Curitiba
depende de Dodge de uma forma ainda mais fundamental: já em contagem regressiva
para deixar a PGR em 17 de setembro, é ela que determinará se a força-tarefa
continuará existindo no ano que vem, uma vez que a atual autorização expira em
9 de setembro".
Aassessoria de
imprensa da PGR afirmou que "não se manifesta acerca de material de origem
ilícita" ou sobre acordos de delação, "que possuem caráter
sigiloso".
A força-tarefa
da Lava Jato também afirmou à reportagem que não faria comentários.
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