O novo capítulo da Vaza Jato comprova o viés político da
Operação Lava Jato. Logo após o primeiro turno das eleições presidenciais,
quando obviamente Sergio Moro ainda não era ministro, Deltan Dallagnol iniciou
o lobby junto a ele para fazer de Vladimir Aras o futuro procurador-geral da
República num governo de Jair Bolsonaro. Entre o primeiro e o segundo turno, a
Lava Jato tramou novos ataques ao PT e à candidatura de Fernando Haddad
16 de agosto
de 2019
O novo
capítulo da Vaza Jato revela que Deltan Dallagnol sabia das ligações entre
Sergio Moro e Jair Bolsonaro antes mesmo da vitória eleitoral na eleição
presidencial de 2018. As mensagens deixam claro que a Lava Jato fez campanha
por Bolsonaro e que, portanto, a operação que prendeu o ex-presidente Lula para
retirá-lo da disputa presidencial foi uma fraude política para solapar a
democracia brasileria e permitir a ascensão de um políitco, que, na visão dos
procuradores, seria compatível com seu projeto de poder.
É o que
mostram conversas privadas enviadas por fonte anônima ao site The Intercept
Brasil e analisadas em parceria com o Uol, desta vez entre Deltan Dallagnol e
Vladimir Aras, o candidato da Lava Jato
para suceder Raquel Dodge. Os diálogos entre Deltan e Aras revelam que o
coordenador da Lava Jato se engajou pessoalmente na campanha do aliado,
articulando diariamente com ele estratégias para que fosse recebido por
autoridades", aponta a reportagem.
"Os
diálogos mostram que os dois começaram a articular a candidatura ainda durante
o período eleitoral. Assim que Bolsonaro teve uma votação expressiva no
primeiro turno da disputa, no qual obteve 46% dos votos válidos, os dois
passaram a planejar abordagens ao entorno do então candidato", diz o texto
de Igor Mello, Gabriel Saboia, Silvia Ribeiro e Paula Bianchi.
Antes mesmo do
segundo turno, Sergio Moro já é tachado como alguém próximo do grupo de
Bolsonaro. "Fala com Moro sobre minha candidatura a PGR", escreveu
Vladimir Aras às 13h22 de 11 de outubro de 2018 -- quatro dias após o primeiro
turno da eleição presidencial. "Com bolsonaro eleito, vou me
candidatar", completou às 13h23.
Aras diz que
já conversou com Moro sobre sua candidatura e destaca a proximidade dele com
Bolsonaro às 14h20. "Ele já tem prestígio agora", cita, antes de
emendar que "ele vai ser ouvido pelo presidente na indicação". Deltan
então se mostra otimista: "conseguimos articular sua indicação", diz
às 14h27.
Ou seja: ambos
deixam claro que atuaram pela vitória de Bolsonaro, assim como Moro. Já depois
da posse, Deltan diz que havia tratado da candidatura de Vladimir Aras com o
ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. No dia 14 de abril, às
15h33, dá um retorno. "Peço reserva, mas Moro confirmou pra mim que Vc é o
candidato que ele vai defender", afirmou.
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