O procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol rejeitou receber um
prêmio ao lado de Jair Bolsonaro e "outros radicais de direita", de
acordo com o Intercept Brasil. Agora Dallagnol deve perder a base de apoio que
lhe restava na extrema-direita e, com isso, selar sua queda. Mesmo antes das
novas revelações, Bolsonaro já havia atacado o parceiro de Moro na Lava Jato, chamando-o
de "esquerdista tipo PSOL"
14 de agosto de
2019
O coordenador da
força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público no Paraná, Deltan Dallagnol,
rejeitou receber um prêmio ao lado de Jair Bolsonaro (PSL) e "outros
radicais de direita". É o que apontam mensagens privadas de integrantes da
força-tarefa enviadas por fonte anônima ao site The Intercept Brasil e
analisadas em parceria com o UOL. Com a nova revelação da Vaza Jato, Dallagnol
deve perder a base de apoio que lhe restava na extrema-direita e, com isso,
selar sua queda. Mesmo antes do novo pacote de revelações do Intercep,
Bolsonaro já havia atacado o parceiro de Moro na Lava Jato, chamando-o de
"esquerdista tipo PSOL".
De acordo com a
matéria, "a ideia era não se vincular a bandeiras político-ideológicas, de
acordo com nota enviada à reportagem, como as do ex-capitão do Exército que
hoje sugere que Deltan seja um 'esquerdista tipo PSOL'. O prêmio em questão foi
o 'Liberdade 2016', concedido no Fórum Liberdade e Democracia, organizado pelo
Instituto de Formação de Líderes de São Paulo, em 22 de outubro daquele ano no
Transamérica Expo Center".
Em mensagem
publicada em 5 de outubro no grupo Filhos do Januário 1, que reúne procuradores
do MPF no Paraná, Dallagnol confirmou que iria receber a premiação.
"Vou
receber porque me parece positivo para a LJ, mas vou pedir para ressaltarem de
algum modo, preferencialmente oifical, que entregam a mim como símbolo do
trabalho da equipe", disse.
Três dias antes
do evento, Deltan foi aconselhado por um assessor da força-tarefa a não
participar para evitar que associasse a imagem da Lava Jato à do então deputado
federal Jair Bolsonaro, que participaria de uma mesa durante o evento.
"Enquanto
conversava pelo aplicativo com o assessor, Deltan mudou de opinião e avisou na
madrugada do dia 20 o grupo Filhos de Januário 1 que não iria à premiação, por
contar 'com Jair Bolsonaro como um dos vários palestrantes e com homenagem a um
vereador de SP [Fernando Holiday, do DEM-SP] que foi um dos líderes do
impeachment'", destaca a reportagem.
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