A FGV Social lança nesta quinta-feira pesquisa sobre a evolução
da distribuição de renda brasileira com dados até junho de 2019. Não houve
trégua: nos últimos quatro anos, após o golpe contra Dilma, em 2016, a
desigualdade subiu todos os trimestres. A renda do trabalho da metade mais
pobre caiu 18,1% em termos reais e a dos 1% mais rico aumentou 9,5%
15 de agosto de
2019
A FGV Social,
sob o comando de Marcelo Neri,
presidente do IPEA de 2012 a 2014, lança nesta quinta-feira (15) uma
pesquisa sobre a evolução da distribuição de renda brasileira com dados até
junho de 2019. Não houve trégua: nos últimos quatro anos, após o golpe contra
Dilma Rousseff, em 2016, a desigualdade brasileira subiu todos os trimestres. A
renda do trabalho da metade mais pobre caiu 18,1% em termos reais e a dos 1%
mais rico aumentou 9,5%.
Há três anos o
ultraneoliberalismo veio com força após Michel Temer assumir o governo. Naquele
ano foi aprovada a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do Teto dos Gastos,
que paralisa os investimentos públicos por 20 anos. De acordo com o projeto, o
investimento de um ano deve corresponder ao do ano anterior, mas apenas
corrigido pela inflação.
Em relatório, a
Organização das Nações Unidas (ONU) apontou risco de fome no Brasi. De
"137 países analisados, 84 deles estavam em uma situação de maior
vulnerabilidade por conta de crises econômicas nos últimos anos. O Brasil foi
um deles".
Outro agravante
para o País é que, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação
Getúlio Vargas (Ibre/FGV), a inflação para famílias com renda de 1 a 2,5
salários mínimos avançou no mês de abril e acumula uma taxa maior que o índice
geral. De acordo com Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), a
inflação para esta parcela população fechou o mês de abril com aumento de 0,73%
(veja aqui).
De acordo com o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2016 e 2017, a
pobreza no País passou de 25,7% para 26,5% da população. O número dos
extremamente pobres (com menos de R$ 140 mensais) aumentou de 6,6% para 7,4%
dos brasileiros no período.
Este cenário de
dados alarmantes faz parte de uma agenda defendida por Jair Bolsonaro que vê o
Estado como incapaz de prover a população de serviços públicos. Segundo os
defensores da gestão anterior e do atual governo, o corte de direitos sociais e
investimentos são alternativas para o crescimento socioeconômico e o setor
privado seria o impulsionador da economia, o que não tem se revelado na
prática.
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