(Foto: Miriam Zomer/Agência AL - Carolina Antunes/PR)
Seis subsecretários do órgão ameaçam entregar seus cargos em
efeito cascata, com outros chefes da alta administração. O motivo: assim como
na PF, Jair Bolsonaro ameaça fazer indicações políticas em postos-chave para
favorecer sua família. Chefe da Receita no Rio, que se recusou a nomear
indicado, tem cargo ameaçado
17 de agosto
de 2019
A postura
antidemocrática de Jair Bolsonaro nas instituições e órgãos do País tem gerado
crises e ameaças de demissões coletivas. Depois da Polícia Federal, corporação
que o presidente assegurou ser 'ele quem manda' e anunciou uma troca na
superintendência no Rio de Janeiro, é a vez de uma crise na Receita Federal.
Seis
subsecretários do órgão ameaçam entregar seus cargos, possivelmente em efeito
cascata, junto a outros chefes da alta administração, segundo reportagem do
Estado de S.Paulo. O motivo: ameaça de interferência de Bolsonaro, que quer
fazer indicações políticas no Rio de Janeiro e em outros postos-chave.
A crise se
agravou com o recente episódio envolvendo o secretário especial da Receita,
Marcos Cintra - que pode deixar o cargo. Cintra pediu ao superintendente no
Rio, Mário Dehon, a troca de delegados chefes de duas unidades no Estado – a
Delegacia da Alfândega da Receita Federal no Porto de Itaguaí e da Delegacia da
Receita Federal no Rio de Janeiro II, na Barra da Tijuca. O pedido teria
partido de familiares de Bolsonaro.
"A
Delegacia da Alfândega da Receita Federal no Porto de Itaguaí é estratégica no
combate a ilícitos praticados por milícias e pelo narcotráfico em operações no
porto, que incluem contrabandeado, pirataria e subvaloração de produtos",
lembra a reportagem do Estado. Dehon, que se recusou a nomear o indicado do
Planalto, está agora com o cargo ameaçado.
“Independentemente
de quem tenha feito ou qual seja o ‘pedido’, tentativas como essa de
interferência política no órgão são absolutamente intoleráveis, típicas de quem
não sabe discernir a relevância de um órgão de Estado como a Receita Federal”,
reagiu o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil
(Sindifisco) na noite desta sexta-feira 16. “A possível exoneração de um
superintendente por tal razão é algo jamais visto”, acrescentou a entidade.
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