POR RICARDO
KOTSCHO | 20/08/2019
Ainda durante
a exibição do Jornal Nacional na noite de segunda-feira, pasmo com o que tinha
acabado de ver e ouvir da boca do WIlliam Bonner, publiquei dois breves posts
no meu Facebook:
“No JN, Bonner
já deu um jeito de falar de Lula na matéria sobre queimadas”.
“Qualquer
comparação de Lula com Bolsonaro é muita safadeza, uma iniquidade”.
Em poucos
minutos, 567 internautas curtiram as publicações e fizeram críticas ainda muito
mais duras à Globo em seus comentários. Muitos eu tive que deletar.
Não é de hoje.
Nas últimas semanas, todas as vezes que os âncoras e comentaristas da Globo
fazem qualquer crítica a Bolsonaro, eles sempre enfiam de algum jeito Lula e o
PT na história, como se quisessem mostrar que é tudo a mesma coisa.
É a mesma
reação dos bolsominions das redes sociais que sempre perguntam: “E o Lula,
hein? Não vai falar nada? No tempo dele era melhor?”
“O poder da
Globo não lhe dá o direito de continuar mentindo, distorcendo informações ou
modificando a história”, diz a nota, reproduzindo um trecho da fala de Bonner,
dando conta de que “dois presidentes afirmaram que a Europa destruiu todas as
suas florestas e que, por isso, não têm moral para dar conselhos sobre a
Amazônia”.
Quem não tem
moral nenhuma é a Globo, que deixa de fazer jornalismo, para atender aos
interesses políticos e econômicos dos seus acionistas, em campanha permanente
contra Lula e o PT.
A nota do
instituto informa que “o Brasil obteve recordes de redução do desmatamento no
governo Lula, e o tema da matéria, o Fundo Amazônia, que usa recursos da
Noruega e da Alemanha, geridos em parceria com o governo brasileiro, foi criado
justamente durante o mandato de Lula, em 2008, informação sonegada na
reportagem”.
No seu
legítimo direito de reivindicar uma retratação da emissora, a nota do Instituto
Lula lembra ainda que:
O Brasil
assumiu no Governo Lula, na Cúpula de Copenhagen, em 2009, a liderança da
discussão sobre proteção ambiental e mudanças climáticas no mundo.
Na época de
Lula, o Brasil combinou expansão da produção agrícola com proteção ao Meio
Ambiente, abrindo mercados para as exportações do campo brasileiro. Abertura de
mercados agora ameaçada pelo ataque de Bolsonaro contra nossas florestas.
O governo Lula
também criou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, para
gerir as Unidades de Conservação federais, e ampliou em 52,9% as áreas de
proteção ao Meio Ambiente.
O mais grave é
que o Jornal Nacional fez esta grosseira manipulação justamente no dia em que a
fumaça das grandes queimadas na Amazônia patrocinadas pelo bolsonarismo
irresponsável chegou até São Paulo, com o dia virando noite, como nunca se vira
antes nesta proporção.
Com a
responsabilidade de exibir o telejornal de maior audiência do país, os editores
da Globo podem agora repetir a famosa frase de Sergio Cabral na prisão, depois
de ser condenado a mais de cem anos por corrupção continuada:
“É… Acho que eu
exagerei…”.
Vida que
segue.
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