"O fato é que a turma de Sérgio Moro dobrou a aposta sem as
fichas necessárias, apavorada com a possibilidade cada vez mais palatável de o
Supremo Tribunal Federal tornar nula a sentença de prisão contra Lula",
escreve o jornalista Leandro Fortes sobre a derrota da Lava Jato na
transferência forçada do ex-presidente Lula
7 de agosto de
2019
Por Leandro
Fortes, para o Jornalistas pela Democracia
Entre julho de
1944 e janeiro de 1945, as tropas soviéticas que marchavam sobre a Polônia, em
direção a Berlim, foram se deparando, aos poucos, com o horror dos campos de
concentração montados pelos nazistas para exterminar judeus, ciganos,
homossexuais, prisioneiros de guerra e opositores do regime. Belzec, Sobibor,
Treblinka e, finalmente, Auschwitz.
Diante da
devastadora investida do Exército Vermelho, os nazistas optaram por uma tática
desesperada: remover os prisioneiros dos campos e enviá-los para o interior da
Alemanha, de modo que morressem durante a marcha de remoção ou quando chegassem
a seu destino, nas entranhas do III Reich, vítimas de inanição, doenças ou,
simplesmente, exaustão.
Remover presos
submetidos a maus tratos – ou mortos sob tortura – também foi um expediente das
ditaduras militares implantadas pela CIA no continente americano, nos anos 1960
e 1970, de modo a negar a responsabilidade do Estado em atentados contra os
direitos humanos. No Brasil, não foi diferente.
Enfim, fascistas
gostam de ranger os dentes e destilar ódio, mas são extremamente covardes na
hora de assumir responsabilidades sobre seus atos.
A tentativa de
remoção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da Superintendência da
Polícia Federal, em Curitiba, para uma penitenciária, em São Paulo, obedece a
essa mesma lógica nazista, mas é ainda mais covarde, porque feita por juízes,
servidores públicos que deveriam aplicar a lei, não manipulá-la. E, pior, em
nome de uma estratégia vil, abjeta, mesquinha.
O fato é que a
turma de Sérgio Moro dobrou a aposta sem as fichas necessárias, apavorada com a
possibilidade cada vez mais palatável de o Supremo Tribunal Federal tornar nula
a sentença de prisão contra Lula. Com a ajuda dos acólitos que mantém no Poder
Judiciário, Moro ordenou a remoção de Lula para São Paulo, sob os gritinhos do
bufante João Dória, na esperança de vê-lo morrer – do coração, de desgosto, de
estoque ou de bala – antes de vê-lo ser solto, ao arrepio de sua obsessão e de
seu desejo doentio pelo ex-presidente petista.
Por 10 x 1, o
STF vetou a remoção de Lula.
Falta, agora,
dar uma lição nesses nazistas.
0 comentários:
[ Deixe-nos seu Comentário ]
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor