(Foto: Carolina Antunes/PR)
Reflexão é do colunista Leandro Fortes, do coletivo Jornalistas
pela Democracia; "Perdido nas poucas conexões neurais que ainda lhe
restam, o presidente rumina as ideias como um boi que, ao invés de capim,
mascasse vísceras. O resultado é um fluxo pavoroso de estupidez pastosa,
radioativa", diz ele
17 de agosto
de 2019
Por Leandro
Fortes para o Jornalistas pela Democracia - O fato é que não há como ignorar
Bolsonaro.
Obviamente,
não por conta de ele ser presidente ou emanar alguma autoridade: nunca, na
história desse País, tivemos um idiota tão completo no poder.
A questão é
mais sensorial do que, digamos, realista.
Na trapaça
mais recente, Bozo estampou aquela carona avermelhada nas telas de toda parte
para dizer que, no governo, o PT colocou 10 mil médicos cubanos, no Brasil,
para montar células de guerrilha, deduz-se, comunista.
Ele está
cercado, sempre, de uma entourage que dá risadinhas e gritinhos histéricos, um
séquito de imbecis motivados.
De perto, em
close, Bolsonaro é ainda mais asqueroso. As falas vêm de um boca pequena mas
monstruosamente desarmônica, de onde se espera sempre emanações de mau hálito
de fezes, sua narrativa preferida.
Perdido nas
poucas conexões neurais que ainda lhe restam, o presidente rumina as ideias
como um boi que, ao invés de capim, mascasse vísceras. O resultado é um fluxo
pavoroso de estupidez pastosa, radioativa.
Aos poucos,
embora de forma ainda envergonhada, os repórteres que o cercam começam a
demonstrar certo incômodo profissional.
"O senhor
tem provas?", pergunta o rapaz, já na esquiva, ciente que mula irritada dá
coice para todo lado.
Bozo não
precisa de provas, na verdade, as despreza, por inúteis à sua jornada. Na cara
congestionada, a pergunta lhe ativa a bílis negra, a boquinha convulsionada se
enrola num torvelinho de língua, restos de dentes, lábios secos.
Os olhos se
aproximam entre si, dão ao quadro geral uma aparência franca, cristalina, de
demência.
De novo, ele
defeca, antes de fugir.
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