Com o Brasil em recessão, a jornalista Miriam Leitão, colunista
do Globo, ironiza as prioridades de Jair Bolsonaro: cortar o cabelo e furar
reunião com o chanceler francês, atacar a Alemanha e insultar os argentinos,
maiores compradores de produtos industriais brasleiros. "É com erros assim
que Bolsonaro vai erodindo a confiança na economia", diz ela
14 de agosto
de 2019
A jornalista
Miriam Leitão, colunista do Globo, já aponta Jair Bolsonaro como um dos
principais empecilhos para a retomada da economia brasileira – em crise desde
2014, quando as forças golpistas começaram a preparar a derrubada da
ex-presidente Dilma Rousseff sob a alegação de 'pedaladas fiscais'.
"É
preciso olhar os dados do primeiro semestre. A confiança dos consumidores havia
subido para 96 pontos em janeiro e caiu para 88. O mesmo aconteceu com a
confiança empresarial. Alimentam essa queda alguns fatos concretos, aumentou o
endividamento das famílias, segundo o Banco Central. Outra pesquisa, feita pela
Boa Vista SCPC, mostrou que o percentual de inadimplentes com mais da metade da
renda comprometida com o pagamento de dívidas saltou de 56% para 73%. Os que se
dizem muito endividados saltaram de 37% para 43% dos entrevistados. E as
principais causas são o desemprego elevado e a diminuição da renda. Reverter
esses problemas deveria consumir as energias do governo. O presidente da
República prefere se dedicar às exibições diárias de pensamentos rasteiros
sobre questões sérias", diz Miriam, em sua coluna.
"Um
avanço importante foi o acordo Mercosul-União Europeia. De lá para cá, o
presidente preferiu cortar cabelo a receber o chanceler francês, ofendeu a
Alemanha, e agora sugere o fim do Mercosul porque os eleitores argentinos podem
contrariá-lo. A Argentina é a maior compradora de manufaturados brasileiros,
com ela temos um comércio de R$ 26 bilhões, com superavit para o Brasil, e
tradicionais laços de amizade. As relações internacionais não podem ficar
prisioneiras da ideologia do presidente da República. É com erros assim que
Bolsonaro vai erodindo a confiança na economia."
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