Emmanuel Macron, da França, Angela Merkel, da Alemanha, Justin
Trudeau, do Canadá, e Boris Johnson, do Reino Unido, já se manifestaram
condenando o aumento espantoso de incêndios na Floresta Amazônica, estimulados
por Jair Bolsonaro. Assunto deve ser discutido no encontro da cúpula do G7
neste fim de semana, em Biarritz, na França
23 de agosto de
2019
Aumenta a
pressão internacional sobre o Brasil em meio ao crescimento histórico de
queimadas na Floresta Amazônica, estimuladas pela política de Jair Bolsonaro e
do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
A devastação da
Amazônia deverá ser discutida neste fim de semana em Biarritz, sudoeste francês, durante encontro
das sete principais economias do mundo. O primeiro presidente do G7 a se
manifestar sobre o tema foi Emmanuel Macron, que classificou as queimadas
recorde como "crise internacional" (leia mais no Brasil 247).
Em seguida,
Macron foi apoiado pelo primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, pela
chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e pelo primeiro-ministro da Inglaterra,
Boris Johnson (leia mais no Brasil 247).
“A magnitude dos
incêndios é preocupante e ameaça não só o Brasil e os outros países afetados,
mas também o mundo inteiro”, disse Steffen Seibert, representante de Merkel.
O Reino Unido
também está preocupado com os incêndios na floresta amazônica. "O
primeiro-ministro está gravemente preocupado pela alta da quantidade de
incêndios na floresta amazônica e o impacto de trágicas perdas nesse
habitat", disse um porta-voz.
Também fazem
parte do G7 os Estados Unidos, Itália e Japão.
As queimadas no
Brasil aumentaram 82% em relação ao ano de 2018, se compararmos o mesmo período
de janeiro a agosto – foram 71.497 focos neste ano, contra 39.194 no ano
passado. Esta é a maior alta e também o maior número de registros em 7 anos no
país. Os dados são do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe), gerados com com base em imagens de satélite.
Leia também
reportagem da agência Reuters sobre o assunto:
UE aumenta
pressão sobre o Brasil devido a incêndios na Amazônia
DUBLIN/BRUXELAS
(Reuters) - A União Europeia aumentou a pressão sobre o presidente Jair
Bolsonaro (PSL-RJ) nesta sexta-feira por conta dos incêndios que vêm devastando
a Bacia Amazônica, com a Irlanda e a França dizendo que podem travar o acordo
comercial do bloco com a América do Sul.
Bolsonaro
rejeitou o que chama de interferência estrangeira em assuntos domésticos do
Brasil, onde vastos trechos da floresta tropical da Amazônia estão em chamas
durante a conhecida como estação das queimadas. O presidente disse que o
exército poderá ser enviado para ajudar a combater os incêndios.
Ambientalistas
culparam o desmatamento pelo aumento dos incêndios e acusaram o presidente de
afrouxar os mecanismos de proteção da floresta tropical, que é considerada
crucial no combate à mudança climática global.
O gabinete do
presidente francês, Emmanuel Macron, disse que Bolsonaro mentiu quando
minimizou as preocupações com a mudança climática na cúpula do G20 no Japão em
junho e que, diante disso, a França se oporá ao acordo firmado entre a UE e o
Mercosul, composto por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
O
primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, disse que o país votará contra o
acordo de livre comércio a menos que o Brasil adote ações para proteger a
floresta tropical.
Varadkar se
disse muito preocupado com os níveis recordes de destruição da floresta
tropical e que seu governo monitorará atentamente as ações ambientais do Brasil
nos dois anos necessários para a ratificação do pacto com o Mercosul.
“A Irlanda não
votará de jeito nenhum a favor do Acordo de livre comércio entre UE e Mercosul
se o Brasil não honrar seus compromissos ambientais”, disse ele em um
comunicado.
A Irlanda e a
França precisarão de outros países da UE para formar uma minoria suficiente
para bloquear o acordo, fechado em junho, depois de 20 anos de negociações.
Mas o governo
irlandês está sendo pressionado a defender seus pecuaristas, que já sofrem com
a saída iminente do Reino Unido da UE e os preços baixos, procurando fazer com
que as nações do Mercosul não inundem o mercado com carne bovina mais barata.
Mas o braço
executivo da UE, a Comissão Europeia, alertou contra o acordo, dizendo que isso
pode ajudar a pressionar o Brasil.
“Esta é a melhor
maneira de criar compromissos vinculantes legais com os países que queremos que
respeitem nossos padrões ambientais”, disse a porta-voz da Comissão, Mina
Andreeva. “A melhor ferramenta que temos é acordo entre UE e Mercosul.”
Ela acrescentou
que o texto incluirá mecanismos punitivos a serem usados casos certas condições
relacionadas ao clima não sejam atendidas.
A Finlândia, que
atualmente ocupa a presidência rotativa do bloco, sugeriu uma proibição às
importações de carne bovina brasileira. O primeiro-ministro Antti Rinne disse
que os incêndios são “uma ameaça para todo o nosso planeta, não apenas para o
Brasil ou a América do Sul.”
“Precisamos
descobrir se os europeus têm algo a oferecer ao Brasil para ajudar a evitar
esse tipo de incêndio no futuro”, acrescentou.
O ministro das
Finanças da Finlândia disse que levantará a questão com seus colegas da UE em
uma reunião em Helsinque em 13 e 14 de setembro.
Os líderes das
economias mais avançadas do mundo também devem discutir o assunto quando se
encontrarem para a cúpula do G7 na França neste final de semana.
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