(Foto: REUTERS/Adriano Machado)
O ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de
extrema-direita, Sergio Moro, vive momento de isolamento político e está
desgastado por conflitos com integrantes dos três Poderes da República. Há
indícios de que o ministro poderá ser fritado em público
9 de agosto de
2019
Sergio Moro
está isolado e pode ser descartado. O ministro da Justiça e Segurança Pública
do governo de extrema-direita, Sergio Moro, encontra-se politicamente isolado e
em conflito com os três Poderes da República. Há indícios de que o ministro
poderá ser fritado em público.
O isolamento
do ex-juiz da Operação Lava Jato é fruto da sua desastrada atuação. Alvo de uma
ofensiva de integrantes desses poderes, Moro está se tornando inútil em
Brasília e pode até mesmo ser demitido.
O desgaste de
Moro começou a intensificar-se desde que a divulgação de mensagens trocadas por
ele e integrantes da Lava Jato evidenciou que como juiz de primeiro grau
cometeu arbitrariedades e ilegalidades, viciando os processos, sobretudo aquele
em condenou o ex-presidente Lula.
O projeto
"anticrime" que é a sua menina dos olhos, vai sendo desidratado. Na
terça-feira (6), o Legislativo impôs derrota ao ministro ao retirar do texto o
chamado "plea bargain", um tipo de solução negociada entre o
Ministério Público, o acusado de um crime e o juiz).
Novas mudanças
serão feitas no projeto no âmbito do Legislativo, contrárias ao interesse de
Moro.
As informações
são das jornalistas Talita Fernandes e Thais Arbex, da Folha de S.Paulo.
A reportagem
destaca ainda que o STF (Supremo Tribunal Federal) tomou duas decisões que
estão sendo contabilizadas como contrárias a Moro: a preservação do conteúdo de
mensagens de autoridades interceptadas por hackers, e a rejeição da
transferência do ex-presidente Lula de Curitiba para São Paulo, que foi
arquitetada pelo ministro da Justiça.
Moro está
incompatibilizado com boa parte dos integrantes da Suprema Corte, que rechaçam
as violações das leis que ele tem praticado.
No Poder
Executivo - assinala o jornal - Bolsonaro autorizou a demissão do aliado de
Moro no Coaf, tem exposto o ministro ao ridículo em público e explicitou que
não é prioridade do seu governo a aprovação do projeto anticrime.
Bolsonaro
criticou Moro em público, ao afirmar que como juiz, ele estava acostumado a ter
a caneta na mão, mas que no papel de ministro suas decisões não podem ser
unilaterais. "O ministro Moro é da
Justiça, mas ele não tem poder de... não julga mais ninguém. Então, temos que,
entendo a angústia dele, em querer que o projeto dele vá para a frente, mas nós
temos que combater, diminuir o desemprego, fazer o Brasil andar, abrir o nosso
comércio", disse Bolsonaro, ressaltando que a proposta de Moro não pode
atrapalhar a aprovação de projetos-chave do governo, como as reformas
previdenciária e tributária.
Fontes do
Palácio do Planalto informam que a relação entre Moro e Bolsonaro está abalada.
Eles tiveram uma conversa ríspida durante um encontro esta semana, diz a Folha.
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