"As revelações de hoje da Vaza Jato são as mais graves até
agora", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia. "As
mensagens indicam a urgente necessidade de abrir uma investigação isenta e
apurada e, constatada a veracidade da conspiração, punir os responsáveis de
acordo com a constituição"
Alex Solnik é
jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor,
Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais
"Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A
guerra do apagão" e "O domador de sonhos"
8 de setembro de
2019
As revelações de
hoje da Vaza Jato são as mais graves até agora. Mostram o juiz Sérgio Moro
conspirando abertamente para derrubar a presidente Dilma Rousseff, o que não
tinha nada a ver com a investigação acerca da Petrobrás e impedir a nomeação do
ex-presidente Lula à chefia da Casa Civil.
No mesmo dia, 16
de março de 2016, em que Dilma foi grampeada, ilegalmente, sem aval do STF,
avisando a Lula para ele assinar o termo de posse na chefia da Casa Civil, Lula
teve duas conversas com o então vice Michel Temer, nas quais estava claro que
sua motivação ao aceitar o ministério não foi fugir da Lava Jato, como Moro
queria demonstrar, mas evitar o impeachment e suas nefastas consequências que
sofremos até hoje.
As duas
conversas com Temer dão a entender que eram grandes as chances de o impeachment
ser barrado. Na segunda, Lula mandou preparar “uísque e gelo”.
Em vez de
divulgar todas as conversas grampeadas naquele dia, Moro somente liberou a que
Lula teve com Dilma, a fim de convencer a opinião pública e o STF que Lula
queria virar ministro para obter foro privilegiado. Enganou a todos.
A reportagem da
Folha/ The Intercept Brasil detalha o passo a passo da conspiração de Moro em
conluio com o chefe da força tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol. O combate à
corrupção era apenas a cortina de fumaça de uma operação muito mais ampla: uma
conspiração contra a política e os políticos e consequente ascensão da Lava
Jato ao poder.
Até a Vaza Jato
entrar em cena o plano estava dando certo: Lula não chegou a ministro, Dilma
caiu, Lula foi preso e Moro galgou um degrau em sua escalada ao poder: ganhou
ministério daquele que se elegeu graças à prisão de Lula.
As mensagens
indicam a urgente necessidade de abrir uma investigação isenta e apurada e,
constatada a veracidade da conspiração, punir os responsáveis de acordo com a
constituição.
0 comentários:
[ Deixe-nos seu Comentário ]
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor