(Foto: Ricardo Stuckert)
O novo capítulo da Vaza Jato revela que policiais e procuradores
omitiram diálogos do ex-presidente Lula que comprovam que sua intenção jamais
foi se blindar das investigações da Lava Jato. Lula pretendia apenas garantir a
governabilidade da ex-presidente Dilma Rousseff. Com a manipulação dos
diálogos, que foram vazados por Sergio Moro para a Globo, a Lava Jato mudou a
história do Brasil, impedindo a posse de Lula, derrubando Dilma e permitindo a
ascensão do fascismo representado por Jair Bolsonaro
8 de setembro de
2019
Os diálogos
mantidos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2016, quando ele
poderia ter sido ministro da Casa Civil, demonstram que sua intenção jamais foi
se blindar da Lava Jato – tese usada por Sergio Moro para vazar o grampo ilegal
com a então presidente Dilma Rousseff
para a Globo. Lula pretendia apenas garantir a governabilidade de Dilma – o que
seria absolutamente lícito e normal. No entanto, tais diálogos foram omitidos,
justamente porque contrariavam a tese usada por Moro para manipular a opinião
pública. Com a divulgação apenas parcial dos áudios, a Lava Jato contribuiu
para impedir a posse de Lula como ministro, derrubar a presidente Dilma por
meio de um impeachment fraudulento e permitir a ascensão do neofascismo
representado por Jair Bolsonaro. É este o novo capítulo da Vaza Jato.
"Conversas
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gravadas pela Polícia Federal
em 2016 e mantidas em sigilo desde então enfraquecem a tese usada pelo hoje ministro
Sergio Moro para justificar a decisão mais controversa que ele tomou como juiz
à frente da Lava Jato", aponta a nova reportagem da Folha em parceria com
o Intercept. "Outras ligações interceptadas pela polícia naquele dia,
mantidas em sigilo pelos investigadores, punham em xeque a hipótese adotada na
época por Moro, que deixou a magistratura para assumir o Ministério da Justiça
no governo Jair Bolsonaro (PSL)."
"Os
diálogos, que incluem conversas de Lula com políticos, sindicalistas e o então
vice-presidente Michel Temer (MDB), revelam que o petista disse a diferentes
interlocutores naquele dia que relutou em aceitar o convite de Dilma para ser
ministro e só o aceitou após sofrer pressões de aliados. O ex-presidente só
mencionou as investigações em curso uma vez, para orientar um dos seus
advogados a dizer aos jornalistas que o procurassem que o único efeito da
nomeação seria mudar seu caso de jurisdição, graças à garantia de foro especial
para ministros no Supremo", aponta ainda a reportagem.
O grampo ilegal
de Moro foi divulgado pela Globo no dia 16 de março de 2016. Com base nas
conversas divulgadas pelo ex-juiz, o ministro Gilmar Mendes, do STF, anulou a
posse de Lula dois dias depois, em 18 de março. Com o aprofundamento da crise
política, a Câmara aprovou a abertura do processo de impeachment em abril e
afastou Dilma do cargo, lembra a reportagem.
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