O novo capítulo da Vaza Jato revela que o dono da empreiteira
Odebrecht, Emílio, foi poupado de medidas mais duras, como a obrigação de se
desfazer do controle, para que os procuradores conseguissem fechar acordos de
delação premiada com executivos da empresa. Em outro ponto polêmico, a empresa
foi autorizada a pagar as multas de seus delatores premiados
22 de setembro
de 2019
O novo capítulo
da Vaza Jato, trazido pelos jornalistas Ricardo Balthazar e Paula Bianchi, em
reportagem publicada na Folha de S.Paulo, revela bastidores da negociação em torno da delação premiada da
Odebrecht. "Procuradores da Operação Lava Jato pouparam a Odebrecht e seus
principais executivos de medidas drásticas cogitadas durante as negociações do
acordo bilionário que assegurou a cooperação da empresa com as investigações a
partir de 2016", aponta a reportagem.
"Os
investigadores também discutiram a possibilidade de impedir a Odebrecht de
pagar os advogados dos delatores e se responsabilizar pelas multas impostas aos
executivos, para evitar que preservassem o patrimônio acumulado quando estavam
envolvidos com a corrupção na empresa", apontam ainda os jornalistas.
Segundo eles, os procuradores deixaram de lado essas medidas com o avanço das
negociações, para não inviabilizar o acordo com a Odebrecht, que era um dos
maiores grupos empresariais do país e entrou em crise quando foi atingido pela
Lava Jato."
Em junho de
2016, Deltan e outros dois procuradores sugeriram aos colegas que a empresa
fosse impedida de assumir as multas. “Executivos devem arcar, na minha
opinião”, disse no Telegram. Ele propôs que a empresa fosse punida com a
rescisão do acordo se pagasse as penalidades dos executivos. No entanto,
prevaleceu a segunda opção: a empresa pagou as multas de seus delatores
premiados.
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