
(Foto: Carlos Humberto/SCO/STF)
O ministro Gilmar Mendes apontou erros cometidos por Sergio Moro
na Lava Jato e disse que a corte não irá considerar sua popularidade ao julgar
sua suspeição. "Se um tribunal passar a considerar esse fator, ele que tem
que fechar, porque ele perde o seu grau de legitimidade. A população aplaude
linchamento. E a nossa missão, qual é? É dizer que o linchamento é legal porque
a população aplaude? A volúpia, a irracionalidade leva a desastres", afirma
15 de setembro
de 2019
Em entrevista a
Thais Arbex e Tales Faria, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal
Federal, disse que não irá avaliar a popularidade do ex-juiz Sergio Moro ao
avaliar sua suspeição. “Se um tribunal passar a considerar esse fator, ele que
tem que fechar”, afirmou.
Gilmar também
apontou desvios cometidos por Moro e Dallagnol durante a Lava Jato. “O conúbio
entre juiz, promotor, delegado, gente de Receita Federal é conúbio espúrio.
Isso não se enquadra no nosso modelo de Estado de Direito”, afirmou e também
disse que o Brasil precisa “encerrar o ciclo dos falsos heróis”.
"As pessoas
percebem que esse promotor não está atuando de maneira devida. Esse juiz não
está atuando de maneira devida. Se nós viermos a anular ou não esses
julgamentos, o juízo que está se formando é o de que não é assim que a Justiça
deve funcionar. Que isso é errado, que essas pessoas estavam usando as funções
para outra coisa. Isso ficou cada vez mais evidente", disse ainda Gilmar.
"Que poder incontrastável é esse? Aprendemos, vendo esse submundo, o que
eles faziam: delações submetidas a contingência, ironizavam as pessoas,
perseguiram os familiares para obter o resultado em relação ao investigado.
Tudo isso que nada tem a ver com o Estado de Direito."
0 comentários:
[ Deixe-nos seu Comentário ]