Depois de atacar as instituições sistematicamente nos últimos
anos, a extrema-direita e o bolsonarismo agora estão em conflagração grave. Uma
vez no poder e enrolado com uma série de denúncias que estão nas mãos do
Judiciário, como o caso Queiroz, o clã Bolsonaro resolveu moderar seus ataques,
por uma questão de sobrevivência. Mas agora não consegue colocar o gênio de
volta na lâmpada. Os radicais da extrema-direita como o Major Olímpio e a
senadora Juíza Selma são dois símbolos da guerra intestina do bolsonarismo: ela
saiu do PSL e Olímpio pede, num gesto impensável até semanas atrás, a saída de
Flávio Bolsonaro, filho do "chefe", do partido
16 de setembro
de 2019
Depois de atacar
as instituições sistematicamente nos últimos anos, a extrema-direita e o
bolsonarismo agora estão em conflagração grave. Um dos alvos da guerra
bolsonarista especialmente durante a campanha de 2018 foi o STF, com Eduardo
Bolsonaro chegando a anunciar que bastaria um soldado e um cabo para fechar o
Supremo. Uma vez no poder e enrolado com uma série de denúncias que estão nas
mãos do Judiciário, como o caso Queiroz, o clã Bolsonaro resolveu moderar seus
ataques, por uma questão de sobrevivência. Mas agora não consegue colocar o
gênio de volta na lâmpada. Os radicais da extrema-direita como o Major Olímpio
e a senadora Juíza Selma são dois símbolos da guerra intestina do bolsonarismo:
ela saiu do PSL e Olímpio pede, num gesto impensável até semanas atrás, a saída
de Flávio Bolsonaro, filho do "chefe", do partido.
Segundo o
senador Major Olímpio, líder do governo no Senado, a saída de Flávio Bolsonaor
da legenda se deve ao fato dele “trazer vergonha” ao não assinar o requerimento
de criação da CPI da Lava Toga. “Nós que representamos a bandeira anticorrupção
do Presidente. Eu tentei convencê-la (senadora Juíza Selma, que após ser
agredida por Flávio Boslonaro está deixando o PSL para se filiar ao Podemos) a
ficar e resistir conosco. Quem tem que cair fora do PSL é o Flávio, não ela. Gostaria
que ele saísse hoje mesmo”, afirmou o parlamentar ao jornal o Estado de S.
Paulo.
Apesar de
defender a saída de Flávio Bolsonaro do partido, o Major Olímpio descartou a
possibilidade de ingressar com uma representação no Conselho de Ética pelo fato
dele não ter transgredido nenhuma das normas do partido. Para ele, o que o
filho do presidente fez ao partido foi “Só trazer muita vergonha a nós”,
afirmou.
Em uma outra
defecção que expôs o racha interno no
partido, o deputado federal Alexandre Frota foi expulso do PSL e se filiou ao
PSDB. Frota, ex-integrante das hostes bolsonaristas na Câmara, saiu atirando
contra a direção da legenda e o próprio Jair Bolsonaro, a quem chamou de
“hipócrita”.
Até mesmo o
Movimento Brasil Livre (MBL), ligado à extrema direita e que foi criado para
fortalecer o golpe parlamentar que depôs a presidente Dilma Rousseff em 2016,
já demonstrou sua insatisfação com o atual ocupante do palácio do Planalto.
Para o deputado
federal Kim Kataguiri, um dos líderes do MBL, o movimento errou ao "não
criticar o Bolsonaro antes". Em uma das rusgas mais recentes, Kataguiri
disse que a “boiada está defendendo o
patrimonialismo do presidente” ao apoiar a indicação do subprocurador Augusto
Aras para a Procuradoria-Geral da República, como feito por Bolsonaro.
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