O colunista Jeferson Miola afirma que a nova reportagem do The
Intercept em parceria com Reinaldo Azevedo confirma que um crime foi praticado.
Ele diz: "a nova revelação do Intercept não deixa dúvidas: Thaméa se
associou criminosamente a um advogado [Modesto Carvalhosa] para tramar o pedido
de impeachment de um ministro da Suprema Corte do país"
Integrante do
Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi
coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial
16 de setembro
de 2019
Em mensagem a
Deltan Dallagnol, a procuradora da república Thaméa Danelon assumiu sua
participação ativa num complô para derrubar o ministro do STF Gilmar Mendes.
A nova revelação
do Intercept não deixa dúvidas: Thaméa se associou criminosamente a um advogado
[Modesto Carvalhosa] para tramar o pedido de impeachment de um ministro da
Suprema Corte do país.
Modesto
Carvalhosa é um defensor canino da Lava Jato e, por extensão, da Fundação que
Deltan Dallagnol criara com R$ 2,5 bilhões da Petrobrás [e mais outros 6
bilhões da Odebrecht] para indenizar acionistas minoritários da estatal que,
por coincidência, tinham seus interesses defendidos por ele mesmo, Carvalhosa.
Além de notório
desvio funcional, a procuradora Thaméa também cometeu grave ilegalidade.
Deltan
Dallagnol, como procurador e fiscal da Lei, ao ser comunicado pela própria
Thaméa – a autora do atentado – sobre o crime em andamento, deveria dar voz de
prisão à colega.
Ao invés disso,
contudo, Deltan encorajou a colega a perpetrar o atentado: “Sensacional Tamis”,
“Manda ver”, “Apoiadíssima”, disse ele, agindo como animador de uma gangue
mafiosa.
Mas Deltan foi
além do apoio e do entusiasmo; ele acabou se associando à dupla como revisor do
documento – “Se quiser olhamos depois de Vc redigir”, dispôs-se ele a Thaméa.
Com isso, Deltan
deu materialidade à figura de bando que o artigo 288 do Código Penal brasileiro
tipifica como associação criminosa: “associarem-se 3 ou mais pessoas, para o
fim específico de cometer crimes”.
Em qualquer país
do mundo sob a vigência do Estado de Direito, os agentes da gangue da Lava Jato
que perpetram atentados à Constituição e à democracia já estariam demitidos do
Ministério Público e do judiciário a bem do serviço público e já estariam sendo
processados, condenados e presos.
Não é essa,
entretanto, a realidade do Brasil, onde bandidos continuam atuando no MP, no
judiciário e no ministério de Bolsonaro; e onde Thaméa Danelon é cogitada para
integrar a nova equipe dirigente da PGR comandada por Augusto Aras.
A
procuradora-geral Raquel Dodge e o Conselho Nacional do MP agem corporativamente,
são coniventes com integrantes da instituição que praticam ilicitudes e
protegem bandidos que corromperam o sistema de justiça do país.
É urgente e
inadiável, por isso, a imediata instalação da CPI recentemente protocolada no
Congresso.
A CPI poderá
apurar as ilegalidades, crimes e arbítrios cometidos por agentes públicos que
exorbitaram de suas funções para satisfazer interesses e vaidades pessoais e
para viabilizar o governo de extrema-direita que lançou o Brasil no precipício
fascista e na completa destruição de empregos e direitos.
A cada dia sem
afastar dos cargos e sem investigar esses gângsteres que parasitam o aparelho
de Estado, o Brasil vai sedimentando sua imagem de pária internacional
governado por uma Aberração chamada Jair Bolsonaro.
Brasil 247
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