(Foto: Lula Marques | Ricardo Stuckert)
O juiz Luiz Antonio Bonat, da Lava Jato de Curitiba, escreveu ao
ministro Edson Fachin do STF que as conversas interceptadas do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva com autoridades em 2016 foi deixada de fora dos
processos para "preservar a privacidade dos interlocutores" e
"coibir eventuais vazamentos". Trata-se de uma deslavada mentira, pois
a Lava Jato divulgou o que lhe interessava naquele momento
19 de setembro
de 2019
O juiz Luiz
Antonio Bonat, da Lava Jato em Curitiba, afirmou que parte das conversas interceptadas
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com autoridades em 2016 foi deixada
de fora dos processos para preservar a privacidade dos interlocutores e coibir
eventuais vazamentos. A explicação, porém, não se sustenta, como aponta
reportagem de William Castanho na Folha de S. Paulo.
A explicação foi
dada por solicitação do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF
(Supremo Tribunal Federal), após a Folha mostrar que diálogos mantidos sob
sigilo desde então enfraqueciam uma tese do então juiz Sergio Moro.
Em ofício
endereçado a Fachin, o juiz Bonat
escreveu que "os áudios não incorporados aos autos eletrônicos,
além de não selecionados como relevantes pela autoridade policial, tinham
conteúdo sensivelmente privado e não foram juntados com a intenção de coibir o
risco de vazamentos indevidos e de respeito à intimidade do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva".
Porém, a
reportagem aponta que "na prática, quase todas as conversas que foram
mantidas sob sigilo e analisadas pela Folha e pelo site The Intercept Brasil
envolviam políticos e não tratavam de assuntos pessoais". O objetivo era político.
O fato é que os
diálogos gravados pela Polícia Federal em 2016 e que não foram anexados ao
processo fragilizavam a tese de Moro para tornar público um diálogo em que a
então presidente Dilma Rousseff tratou com Lula de sua posse como ministro da
Casa Civil.
Em sua conduta
ilícita e parcia, visando a condenar Lula, conduta incompatível com o
comportamento de um juiz, Sergio Moro pretendeu "provar" que o áudio
divulgado mostrava que a nomeação de Lula como ministro tinha como objetivo
travar as investigações sobre ele. Outros registros mantidos sob sigilo punham
em xeque a hipótese, indica a Folha de S.Paulo.
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