Numa dura ofensiva contra o clã Bolsonaro, a Globo, que liderou
o golpe de 2016 no Brasil e criou as condições para a ascensão do neofascismo
no País, agora escala todos os seus colunistas para alertar contra o caráter
autoritário do bolsonarismo. "Golpes às vezes são dados com o pretexto de
acelerar mudanças econômicas. O presidente Bolsonaro, a sua família e alguns em
seu entorno já louvaram tantas vezes as ditaduras que ignorar isso é insensatez",
diz a jornalista Miriam Leitão
11 de setembro
de 2019
O grupo Globo de
comunicação, que chocou o ovo da serpente do fascismo no Brasil, ao liderar o
golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff e a campanha midiática pela prisão
ilegal do ex-presidente Lula, agora se mostra preocupado com a escalada
autoritária do clã Bolsonaro – o que é consequência da irresponsabilidade
editorial da própria Globo. "Os períodos autoritários sempre nasceram
simulando a defesa de ideias que não poderiam ser implantadas na democracia. As
instituições democráticas seriam estorvo nessa visão autoritária. No Brasil,
dizia-se que 1964 fora também contra a corrupção e a inflação. Quem conseguiu
vitórias nas duas frentes foi a democracia. Golpes às vezes são dados com o
pretexto de acelerar mudanças econômicas. O presidente Bolsonaro, a sua família
e alguns em seu entorno já louvaram tantas vezes as ditaduras que ignorar isso
é insensatez. Esse é o contexto da mensagem do segundo filho", escreve
hoje a jornalista Miriam Leitão, no artigo A democracia como estorvo, sobre os
ataques à democracia feitos por Carlos Bolsonaro, o Carluxo.
Miriam também
critica o exibicionismo de Eduardo Bolsonaro com suas pistolas. "Em todos
os gestos, os filhos do presidente se colocam como fidalgos, o que também não é
democrático. Quem seria admitido em um grande hospital portando arma? Eduardo
repetiu ontem o gesto na Firjan. Se virar embaixador nos Estados Unidos ele
conseguirá embarcar, desembarcar, fazer diplomacia com a pistola no
cinto?", questiona.
Ela também
afirma que o atual governo, além de não gerar crescimento, também desmonta os
órgãos de combate à corrupção. "A campanha inventou que o bolsonarismo era
herdeiro da onda de combate à corrupção que já vinha ocorrendo pela via
democrática. Prometeu também crescimento econômico. Nove meses depois, há
evidentes ataques à operação de combate à corrupção, e a economia desacelerou
da fraca retomada que chegou a esboçar em meados do ano passado. E isso está
decepcionando quem acreditou nas promessas de campanha. Aí veio a tentativa de
achar um culpado. No caso, seria a democracia. Até agora, o que houve foi o
desmonte do combate à corrupção patrocinado direta ou indiretamente pelo grupo
no poder", escreve.
"As
palavras querem dizer o que elas dizem. Não adianta tentar consertá-las depois.
Tratar como naturais declarações antidemocráticas só porque elas são
recorrentes é deixar-se entorpecer pelo absurdo. É exatamente a repetição que
as torna mais graves", conclui Miriam. Só faltou dizer "volta
PT".
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