
(Foto: STF)
Em coletiva de imprensa, o ministro do STF Gilmar Mendes eagiu à
revelação feita pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot de que
tinha um plano para lhe assassinar. “Isso não atinge apenas a mim, atinge todas
as medidas que foram deferidas no STF. Isso tem que ser analisado pelo país”,
declarou
28 de setembro
de 2019
Da RFI - Em
coletiva de imprensa desta sexta-feira (27) em Brasília, o ministro Gilmar
Mendes, do Supremo Tribunal Federal, falou sobre a declaração de Rodrigo Janot
à imprensa brasileira, na qual assume o planejamento do assassinato de Mendes
em 2017. “Não imaginávamos que tivéssemos um potencial facínora à frente da
Procuradoria-Geral da República (PGR)”, disse o ministro aos jornalistas
presentes no II Encontro dos GMFs, no Tribunal Superior Eleitoral.
“Os senhores
sabem que sempre fui, no STF, um crítico dos métodos do [Rodrigo] Janot. Era
divergência intelectual, mas não imaginávamos que tivéssemos um facínora na
PGR. Imagino que todos responsáveis por sua indicação devem pensar na alta
responsabilidade de indicar alguém tão desprovido de condições para as funções
envolvidas”, disse Mendes aos jornalistas presentes.
Mendes afirmou,
no entanto, não cogitar acionar a Justiça contra Janot. “Não cogito, trata-se
de um problema grave de caráter psiquiátrico. Mas isso não atinge apenas a mim,
atinge todas as medidas que foram deferidas no STF. Isso tem que ser analisado
pelo país”, disse. Sobre se o episódio terá incidência sobre as denúncias
feitas pela Lava Jato, o ministro disse entender que foram feitas por “um tipo
de pessoa com essa qualidade psicológica” e que precisam ser “analisadas nesse
sentido”.
Perguntado sobre
qual seria a motivação de Janot para fazer essa revelação nesse momento, Mendes
disse não dispor de elementos para avaliar. “Me parece que ele viveu um momento
de apogeu e agora está vivendo um momento de crise de abstinência. Um problema
psicológico muito sério e certamente isso explica esses desatinos”, afirmou.
“Espero que procure ajude psiquiátrica”, disse ainda o ministro Gilmar Mendes,
em nota divulgada hoje à imprensa brasileira.
Livro de
Memórias
A revelação de
Janot dá destaque a um episódio presente em seu livro de memórias, que será
lançado ainda este mês no Brasil, conforme revelado na entrevista do
ex-procurador ao jornal Folha de S. Paulo desta quinta-feira (26). "Num
dos momentos de dor aguda, de ira cega, botei uma pistola carregada na cintura
e por muito pouco não descarreguei na cabeça de uma autoridade de língua ferina
que, em meio àquela algaravia orquestrada pelos investigados, resolvera fazer
graça com minha filha", diz Janot no livro "Nada Menos que Tudo"
(Planeta).
Em entrevistas à
revista Veja e ao jornal O Estado de São Paulo, Janot acrescentou que pretendia
se suicidar depois de matar Gilmar Mendes.
Reação na Câmara
O líder do
Cidadania na Câmara, deputado Daniel Coelho (PE), afirmou nesta sexta-feira
(27) que o conteúdo da entrevista concedida pelo ex-procurador Geral da
República é estarrecedor e revela que Rodrigo Janot "prevaricou no
exercício da função".
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