(Foto: Reutes | Reprodução)
Em artigo, o jornalista Altamiro Borges afirma que "essa
guerra fratricida entre o fascista Jair Bolsonaro e o império global há muita
hipocrisia, mentira e bravata. Mas a tendência é que o conflito se agrave. Há
muitos interesses – políticos e econômicos – em jogo. Nenhum dos extremos, que
sempre se retroalimentaram, tem como recuar"
31 de outubro
de 2019
Altamiro
Borges é responsável pelo Blog do Miro - Uma trincheira na luta contra a
ditadura midiática
O clima de
radicalização se acirra rapidamente no Brasil. A guerra entre o fascista Jair
Bolsonaro e o império global – dois protagonistas do caos político instalado no
país – parece atingir o seu cume. A revelação feita pelo Jornal Nacional desta
terça-feira (29) – de que um dos acusados pelo assassinato da vereadora
Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista Anderson Gomes esteve no condomínio
Vivendas da Barra no dia da execução a procura do “capetão” – pode deflagrar
uma crise institucional sem retorno.
De imediato,
caso ainda haja Justiça no país, a investigação que vazou misteriosamente da
Polícia Civil do Rio de Janeiro – hoje sob comando do saltitante governador
Wilson Witzel – será remetida ao Supremo Tribunal Federal, já que o nome do
presidente da República foi citado pelo porteiro do condomínio. No STF, o
episódio explosivo – que envolve as milícias cariocas, o sinistro Fabrício
Queiroz e outras figurinhas do submundo do crime – poderá até encurtar o
mandato de Jair Bolsonaro. Daí o seu visível desespero e destempero.
Logo após a
exibição do Jornal Nacional, do luxuoso hotel onde se hospedava na capital da
Arábia Saudita, o “capetão” postou um vídeo de 23 minutos babando ódio. Até
pareceu uma confissão de culpa. Não poupou o governador “caroneiro” – “Witzel
vivia colado em meu filho nas eleições” – nem outros responsáveis pelo
vazamento. Mas o alvo principal da sua fúria, do seu ódio, foi a TV Globo.
“Seus patifes. Seus canalhas”, repetiu colérico, descontrolado. Em tom de
ameaça, Bolsonaro deixou implícito que não renovará a “mamata” da concessão
pública da emissora, prevista para 2022. “Tenho de estar morto até lá”, afirmou
em sua live melodramática.
Diante da
agressividade e das ameaças, a TV Globo divulgou já na madrugada desta
quarta-feira uma nota de esclarecimento. Sinalizando que pode possuir outras
graves denúncias contra o presidente, o império global aparentou calma e até se
jactou de seus feitos – exagerando na dose. “A Globo não fez patifaria nem
canalhice. Fez, como sempre, jornalismo com seriedade e responsabilidade”. Em
outro trecho, a Globo diz estar tranquila diante da renovação da concessão, já
que “há 54 anos, a emissora jamais deixou de cumprir as suas obrigações”. Pausa
para a risada!
Nessa guerra
fratricida entre o fascista Jair Bolsonaro e o império global há muita
hipocrisia, mentira e bravata. Mas a tendência é que o conflito se agrave. Há
muitos interesses – políticos e econômicos – em jogo. Nenhum dos extremos, que
sempre se retroalimentaram, tem como recuar. A conferir!
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