POR FERNANDO
BRITO · 30/10/2019
A edição do
Jornal Nacional de hoje é um dos mais simbólicos momentos de covardia da TV
brasileira.
A Globo voltou
atrás de tudo o que apontou ontem e encampou, sem questionar, a versão de que
“o porteiro mentiu”, sem nenhum questionamento sobre esta versão, inclusive a
da inacreditável história de que só hoje se fez a perícia dos áudios de
ligações apreendidas no dia 5 de outubro.
O porteiro,
até agora anônimo, vai ser processado, se aceito o pedido do procurador geral
da República, Augusto Aras, com base na Lei de Segurança Nacional.
Ao dizer que o
motorista do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes chegou à portaria
do condomínio e disse que ia à “Casa 58”, onde morava Jair Bolsonaro, imputou
ao Presidente “fato definido como crime ou fato ofensivo à [sua] reputação”.
Reputação de
quem, àquela altura, nem presidente da República era.
Falta, até que
se arranje um, motivo para que o porteiro criasse uma história que sabia que
iria mexer com gente graudíssima e contra a qual sabia que havia a gravação de
tudo o que se passara.
A história não
faz sentido.
Hoje cedo,
Ricardo Noblat, na Veja, escreveu que cabeças coroadas da República
“concordaram que a TV Globo não levaria ao ar o que levou se não tivesse
absolutamente segura da procedência das informações.”
A ameaça de
cassação de sua concessão, afirmada explicitamente pelo presidente, “fez
diferença”.
Afinal, o que
é perder o respeito perto de perder uma rede de TV?
O império
Marinho sai desmoralizado desta batalha de Itararé, que nem chegou a acontecer.
Bom para
entender que, quando enfrentada, a Globo pode ser um tigre de papel.
Tijolaço
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