(Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil)
Eleito com um discurso demagógico de "tolerância zero"
a irregularidades, Jair Bolsonaro, ao ser confrontado com a realidade de que
estas se multiplicam em seu governo, radicaliza o discurso contra a imprensa
para não perder eleitores polarizados por aquele discurso
9 de outubro de
2019
Reportagem de
Gustavo Uribe e Talita Fernandes na Folha de S.Paulo destaca que Jair Bolsonaro
voltou a radicalizar seu discurso público contra denúncias e críticas
publicadas pela imprensa, na tentativa de blindar o governo e evitar desgaste
de imagem com os casos de corrupção e as irregularidades em seu governo.
Para evitar
aumento da rejeição, ele adotou uma estratégia que tem se tornado praxe na
atual gestão.
Em momentos de
críticas, o Palácio do Planalto eleva o tom na tentativa de enfraquecer o
impacto de notícias negativas.
Com isso,
Bolsonaro tenta também dar munição para que sua base eleitoral continue a
defender seu governo.
Segundo
auxiliares de Bolsonaro ouvidos pelo jornal, Bolsonaro tem medo de perder apoio
na sua base eleitoral. A reportagem
informa que as suspeitas de corrupção estão tendo repercussão negativa para
Bolsonaro nas redes sociais e minando as bases do bolsonarismo.
Nos três
episódios mais recentes de denúncias de corrupção envolvendo auxiliares
próximos do Planalto, Bolsonaro radicalizou a retórica.
Primeiro, na
semana seguinte à operação da Polícia Federal contra o líder do governo no
Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), por suspeita de desvios em obras
públicas, Bolsonaro disse que não falaria mais com a imprensa.
Nesta semana,
Bolsonaro disse que a Folha foi “às profundezas do esgoto”, porque o jornal
informou que há indícios de que a campanha eleitoral do então candidato a
presidente recebeu recursos via caixa 2 do esquema de candidaturas laranjas do
PSL em Minas Gerais.
E na última
terça-feira, na entrada do Palácio da Alvorada, Bolsonaro chamou a imprensa de
"fétida". Na véspera,
Bolsonaro afirmou que a cobertura jornalística não pode continuar com
"covardia" e "patifaria".
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