"A guerra da Folha com Bolsonaro e Moro passou a outro
estágio. O ex-juiz tem agora a proteção residual da Globo e do laranja dos
Marinho para atacar Lula. Mas a Globo, o empresariado e a Folha já trabalham no
projeto Luciano Huck/2022", constata o jornalista Moisés Mendes
7 de outubro de
2019
Jornalista desde
os 17 anos. Em 1970, começou como repórter (e depois foi editor) da Gazeta de
Alegrete, jornal criado em 1882 por Luís de Freitas Vale, o Barão do Ibirocay,
com a missão de combater a escravidão
A Folha largou
Sergio Moro na sarjeta. Deu em chamada de capa que Rodrigo Maia o considera um
agressor do Congresso e das instituições, ao tentar manter deputados e
senadores sob pressão para tentar fazer valer seu pacote anticrime e sua imagem
de justiceiro.
Maia observa
que, se as tais 10 medidas do primeiro pacote de Moro e de Dallagnol tivessem
sido aceitas pelo Congresso, hoje os dois estariam enrascados.
“Nós rejeitamos
(aquele pacote) a prova ilícita de boa fé. Hoje eles criticam a prova ilícita
de boa fé no caso do Intercept [que revelou a troca de mensagens entre Moro e o
procurador Deltan Dallagnol]. Você vê como são dois pesos e duas medidas que,
se nós tivéssemos feito o que eles gostariam, hoje eles eram réus, não eram
procuradores e ele não era ministro da Justiça”.
Também a
ombudsman da Folha escreve que o diretor de redação do jornal, Sergio D’ávila,
admite o erro de ter superestimado em manchetes as informações vazadas pelas
delações premiadas da Lava-Jato.
E durante toda a
tarde de domingo a manchete da Folha online foi uma denúncia contra uma
declaração de Sergio Moro.
Na tentativa de
defender os laranjas de Minas, comandados pelo ministro do Turismo, Álvaro
Antônio (que a Folha aponta como chefe do núcleo do esquema de caixa dois da
campanha de Bolsonaro), o ex-juiz escreveu no Twitter:
“Nem o delegado,
nem o Ministério Público, que atuam com independência, viram algo contra o PR
[presidente da República] neste inquérito de Minas”.
A Folha observa:
“A publicação de Moro (no Twitter) foi ‘curtida’ por Bolsonaro e, depois,
compartilhada pelo presidente em sua conta no Facebook”.
Mas como Moro
sabe tudo, indaga o jornal, se o inquérito sobre os laranjas corre sob segredo
de Justiça? Moro tem acesso a informações confidenciais, para livrar a cara do
chefe? Por ser ministro, o ex-juiz tem acesso a tudo?
A resposta aos
ataques da Folha foi dada por Bolsonaro: “A Folha de São Paulo avançou a todos
os limites, transformou-se num panfleto ordinário às causas dos canalhas. Com
mentiras, já habituais, conseguiram descer às profundezas do esgoto”.
A guerra da
Folha com Bolsonaro e Moro passou a outro estágio. O ex-juiz tem agora a
proteção residual da Globo e do laranja dos Marinho para atacar Lula, o
homem-mosca Diogo Mainardi, porta-voz do ex-chefe de Dallagnol no site
Antagonista, onde atua como subgerente. Mas a Globo, o empresariado e a Folha
já trabalham no projeto Luciano Huck/2022.
Pode sobrar para
Moro a mesma base política de Bolsonaro, de ricos, racistas, homofóbicos e
milicianos. A próxima briga será inevitavelmente entre eles, Moro e Bolsonaro.
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