Nova reportagem da Vaza Jato revela que os procuradores da Lava
Jato sabiam que estavam infringindo a lei ao vazar conversas telefônicas envolvendo
a então presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, mas contavam com o
apoio de ministros do STF para blindar e validar os excessos cometidos pela
operação
6 de outubro de
2019
Nova reportagem
da Vaza Jato com base nas mensagens trocadas entre integrantes da força-tarefa
da Lava Jato aponta que o ex-juiz e atual ministro da República, Sérgio Moro, e
os procuradores da operação sabiam que estavam infringindo a lei ao vazar
conversas telefônicas envolvendo a então presidente Dilma Rousseff e o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar de saberem que estavam cometendo ilegalidades, os procuradores
contavam com o apoio de ministros "lavajtistas" do Supremo Tribunal
Federal (STF), como Luiz Roberto Barroso, Edson Fachin e Luiz Fux, para blindar
e validar os excessos cometidos pela operação.
Segundo a
reportagem do site The Intercept, em parceria com a Folha de S. Paulo, o
procurador Andrey Borges de Mendonça ressaltou que seria “juridicamente difícil
de argumentar” quanto a validade da prova e que o STF “não a aceitaria”. Um dos
coordenadores da força-tarefa, Carlos Fernando Lima, porém, contra-argumentou
que “nesta altura, filigranas não vão convencer ninguém”. Deltan Dallagnol,
procurador responsável pela operação, encerrou o diálogo afirmando que decisão
era política. “A questão jurídica é filigrana dentro do contexto maior que é
político”, escreveu Dallagnol.
“Mendonça,
ingênuo, acreditou que o STF trabalharia de acordo com a Constituição, enquanto
Carlos Fernando e Dallagnol estavam certos de que os ministros julgariam com a
faca no pescoço. A divulgação do áudio fazia parte da estratégia da Lava Jato
de manipular a opinião pública e, assim, constranger os ministros”, destaca a
reportagem.
”Àquela altura,
graças ao apoio maciço e acrítico da grande imprensa - principalmente a Rede
Globo -a Lava Jato era inquestionável. Foi assim, pressionado por uma opinião pública
manipulada, que Gilmar Mendes decidiu anular a posse de Lula como ministro com
base em um grampo que até mesmo os procuradores sabiam ser ilegal”, completa o
texto.
Ainda conforme a
reportagem, ministros do STF também atuaram como parceiros para blindar a Lava
jato. “Barroso, Fachin e Fux eram tratados como aliados de altíssima confiança
no STF entre os procuradores, como mostram as conversas reveladas pela Vaza
Jato. Dallagnol e alguns desses ministros mantinham uma relação próxima, porém
secreta. Os fatos são conhecidos, mas acabam se perdendo em meio a tantas
revelações neste Brasil 2019. É importante relembrar como parte do STF foi
fundamental para que a Lava Jato hackeasse o ordenamento jurídico brasileiro e
impusesse o seu projeto de poder”, ressalta o texto.
‘Barroso sempre
foi o ministro mais fiel ao lavajatismo. Em muitas ocasiões, fez defesas
apaixonadas da operação no tribunal, sempre ancoradas em um critério bizarro,
estabelecido por ele mesmo: a interpretação da Constituição em “sintonia com o
sentimento social e “alinhado à vontade da maioria’, destaca o The Intercept.
Desta forma, “ficou fácil para Barroso matar no peito as bolas mais absurdas do
lavajatismo. Bastava espremer a Constituição para que dela saísse o que a
torcida esperava e correr para o abraço”, completa.
1 comentários:
NOJO!!!
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