"O megaleilão pariu um rato. Isso não pode ser senão
reflexo da desconfiança internacional em relação ao Brasil de Bolsonaro",
diz Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia, sobre o fiasco do resultado do
leilão do pré-sal. "E o Brasil de Bolsonaro não inspira a menor
confiança", completa
07 DE NOVEMBRO
DE 2019
Alex Solnik é
jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor,
Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais
"Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra
do apagão" e "O domador de sonhos"
Em consórcio
com as estatais chinesas CNOOC e CNODC – 90% da Petrobras e 10% da China –
arrematou a joia da coroa (Búzios) e a segunda melhor área (Itaipu).
Das quatro
áreas oferecidas na Bacia de Santos, tidas como a maior descoberta de petróleo
do país, com baixo risco de exploração e mais de 4,5 bilhões de barris
previstos, somente duas despertaram interesse.
Dos R$106,5 bi
trombeteados pelo megaministro da Economia, Paulo Guedes a União arrecadou
apenas R$68,2 bi.
Os números
falam por si. O megaleilão pariu um rato. Isso não pode ser senão reflexo da
desconfiança internacional em relação ao Brasil de Bolsonaro. Investidores em
áreas sensíveis como o petróleo escolhem lugares politicamente estáveis para
colocar seus bilhões. E o Brasil de Bolsonaro não inspira a menor confiança.
Quem é que vai
investir a longo prazo num país que tem um governo que a toda hora briga com
inimigos externos e internos, imaginários ou não e é presidido por uma pessoa
que mais parece um galo de briga que distribui esporadas a torto e a direito
sem nenhum pudor?
Não há a menor
garantia para os investidores, pois o risco de uma ditadura é real – não há dia
em que não se fale disso - e tudo o que eles querem para seus negócios
prosperarem é democracia. Ditadores fazem o que lhes dá na veneta.
A boa notícia
é que o pré-sal de Búzios e de Itaipu vai continuar sendo nosso. Melhor assim.
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