Segundo o colunista Lauro Jardim, novidades na investigação do
caso Marielle apontam que o porteiro que prestou depoimento e anotou no livro o
número 58 (o da casa de Jair Bolsonaro) não é o mesmo que fala com o PM
reformado Ronnie Lessa (dono da casa 65) no áudio divulgado pelo vereador em um
vídeo nas redes sociais
4 de novembro
de 2019
Uma das
grandes contradições da investigação do assassinato da vereadora Marielle
Franco (PSOL-RJ), especialmente no envolvimento do nome de Jair Bolsonaro, é a
anotação feita por um porteiro do condomínio Vivendas da Barra - onde o atual
chefe do Planalto tem duas residências - de que o ex-PM Élcio de Queiroz teria
anunciado a casa 58 (de Jair Bolsonaro) para entrar no local no dia do crime.
Élcio de
Queiroz é apontado como motorista do veículo que operou os assassinatos de
Marielle e seu motorista, Anderson Gomes, no dia 14 de março de 2018. Horas
antes dos assassinatos, chegou ao condomínio e, de acordo com uma anotação
feita num caderno por um dos porteiros, que prestou depoimento no caso, chamou
pela casa 58, mas ao entrar, se direcionou para a residência de Ronnie Lessa,
outro ex-PM acusado de ser o autor dos disparos.
Em seu
depoimento à polícia, o porteiro declarou que, ao ligar para a casa 58, teve a
liberação de "seu Jair" para a entrada de Élcio. Neste dia, Jair
Bolsonaro, então deputado federal, estava em Brasília.
No dia
seguinte a uma reportagem do Jornal Nacional revelando o envolvimento do nome
de Bolsonaro na investigação, por meio do depoimento do porteiro, o vereador
Carlos Bolsonaro, filho do presidente, divulgou um vídeo nas redes sociais
demonstrando que, de acordo com os registros da portaria do condomínio, o
porteiro telefonou para a casa 65 (de Ronnie Lessa) e teve a liberação do
próprio para que o veículo de Élcio pudesse entrar.
Novidades na
investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro agora revelam, de acordo com o
colunista Lauro Jardim, que "o porteiro que prestou depoimento e anotou no
livro o número 58 (o da casa de Jair Bolsonaro) não é o mesmo que fala com o PM
reformado Ronnie Lessa (dono da casa 65) no áudio divulgado por Carlos
Bolsonaro e periciado em duas horas pelo Ministério Público. Trata-se de outro
porteiro".
"O
porteiro que prestou os dois depoimentos em outubro — e disse ter ouvido o o.k.
do 'seu Jair' quando Élcio Queiroz quis entrar no condomínio — ainda está de
férias", informa ainda o colunista.
0 comentários:
[ Deixe-nos seu Comentário ]
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor