Publicado por
Pedro Zambarda de Araujo - 23 de novembro de 2019
O nome do
projeto é “Uma só Globo”.
De acordo com
a própria empresa, o maior projeto de mudança estrutural em 94 anos de
história.
Reestruturação
pode ser traduzida em outra expressão mais direta: demissão em massa.
A mudanças no
grupo ocorrem com supervisão da consultoria Accenture.
E o que a
Globo quer com esse projeto? Unir em uma única empresa as divisões TV Globo,
Globosat, Globo.com, DGCORP (Diretoria de Gestão Corporativa) e Som Livre.
Jorge Nóbrega,
presidente-executivo do grupo, explicou o plano de megafusão no dia 8: “A marca
Globo como a conhecemos hoje, sinônimo de TV aberta, passa a dar nome a uma
empresa nova, ampliada, integrada e orientada a novos desafios e
oportunidades”.
Nos dois dias
anteriores, o clima nos bastidores já estava ruim.
A coluna
Gente, da Veja, informou que em 6 de novembro, quando atores começaram a gravar
as cenas noturnas da novela “Bom Sucesso”, chegaram informações sobre as demissões
no Projac.
Não havia
precisão de nomes e nem sinais de áreas mais afetadas.
Mas
instalou-se clima de pânico e especulações.
A Veja diz que
a atriz Ingrid Guimarães chorou pelos colegas naquele dia.
Apesar da
comoção, os funcionários sabiam há meses que estava sendo desenhado um novo
organograma de equipes e funções. Uma lista chegou a circular em grupos de
WhatsApp de atores, figurinistas e produtores, com os supostos nomes de quem
teria sido cortado, o que enfureceu diretores.
O número de
demitidos foi oficializado em 150 pessoas na TV Globo. O colunista Ricardo
Feltrin, do UOL, disse que os cortes devem prosseguir até 2022.
Os jornalistas
que cobrem televisão trouxeram informações dos bastidores da emissora de
quantas pessoas podem ser cortadas em até dois anos.
Daniel Castro,
do Notícias da TV, estipula que cerca de 2500 profissionais devem ser
desligados. Feltrin, em sua coluna no UOL, sustenta que os cortes podem chegar
até 4000 funcionários.
A Globo tem 15
mil empregados.
Além das
demissões: Achatamento de salários
As demissões
não atingem só profissionais de baixo e chegaram no alto escalão do grupo.
Não afetam
somente a área de jornalismo e atingem em cheio sobretudo os artistas da Globo.
De acordo com
a Veja, o trio de diretores Dennis Carvalho, Denise Saraceni e Rogério Gomes, o
Papinha, tiveram seus salários reduzidos e deixaram de ser Pessoa Jurídica para
receber pelo sistema CLT.
Cerca de 50%
da remuneração dos três foi cortada.
Carvalho
faturava R$ 400 000 e Papinha e Saraceni, R$ 250 000.
Para o Grupo
Globo, as mudanças são uma correção de rota. Os grandes contracheques surgiram
na gestão de Marluce Dias como diretora geral da emissora entre 1998 e 2002.
Ela veio da
Mesbla e decidiu criar uma série de núcleos na emissora como um grande
magazine.
Isso criou uma
competição entre diretores tanto pela audiência, à época na casa dos 50 pontos
no Ibope, quanto pela receita milionária do mercado publicitário.
Apresentadores
também estão sendo afetados por essas mudanças. Patrícia Poeta e Zeca Camargo
estariam insatisfeitos com mudanças salariais.
Justamente por
isso, os dois e a apresentadora Angélica, mulher de Luciano Huck, foram
sondados pela Record. Nenhum deles desmentiu essas informações que circularam.
Outros
profissionais, como Tino Marcos, preferiram tornar-se freelancer a diminuir o
pichuleco.
Dentro do alto
escalão, o diretor-geral Alberto Pecegueiro decidiu sair a partir de janeiro de
2020, depois de 25 anos.
Já Paulo Daudt
Marinho, neto de Roberto Marinho, foi promovido no de diretor dos canais
infantis Gloob e Gloobinho e da unidade de negócios digitais da Globosat para
assumir todos os Canais Globo.
Esse setor
inclui TV paga, gestão de rede de afiliadas e a própria TV Globo.
As demissões e
as negociações pareciam afetar mais o negócio de televisão da Globo. Mas os
cortes chegaram, ainda em novembro, na editora.
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